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segunda-feira, 11 de maio de 2009

Primeiro amor

Na última postagem, um irmão fez um comentário sobre a saudade que tinha do seu primeiro amor. Achei que seria importante, então, postar sobre esse assunto.

Essa expressão “primeiro amor” está em Apocalipse 2.4, quando Cristo fala à igreja de Éfeso o seguinte: “Tenho, porém, contra ti que abandoaste o teu primeiro amor”. A igreja de Éfeso era uma das mais importantes da época. Era, inclusive, uma espécie de referência para as outras igrejas. Antes de falar sua repreensão, Cristo reconhece as obras daqueles irmãos e enaltece o zelo deles pela sã doutrina, pois não suportavam homens maus que se declaravam apóstolos, e não eram.

Isso nos mostra que esses irmãos tinham cuidado no que faziam. Era um povo zeloso das coisas de Deus, que levavam a sério os ensinamentos que a eles foram passados. Era um povo que servia, que devia ter trabalhos pela região. Aos olhos humanos, devia ser uma igreja de sucesso.

No entanto, aos olhos de Deus não era assim. O Senhor estava vendo o propósito que movia o coração daqueles crentes e não estava se agradando. Doutrinariamente saudáveis, eficientes na obra, mas insatisfatórios aos olhos de Deus. Como pode? – poderíamos perguntar. Mas já falei várias vezes e não vou me cansar de repetir. O Senhor não é um Deus de aparências. Aos olhos do mundo, ação certa com motivo errado é louvável. Aos olhos de Deus, os relatórios mais positivos podem ser um desastre, caso o motivo que nos levou a fazer tal obra seja impuro.

Portanto, irmãos, que não sejamos como aqueles crentes de Éfeso no que diz respeito ao que nos leva a servir a Deus. Devemos nos espelhar neles no zelo pela doutrina, sim. Devemos tê-los como referenciais quanto à quantidade de trabalho na obra, sim. Mas que, ao apresentarmos diante de Cristo o que fizemos a Ele, não recebamos uma repreensão como a igreja de Éfeso, mas um elogio como esse:

“Muito bem, servo bom e fiel; foste fiel no pouco, sobre o muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.” (Mt 25.21)

O primeiro amor é fazer a obra de Deus com uma paixão pela Sua glória somente, o que ajudará a tirar qualquer motivo torpe do nosso coração.

Em Cristo,

Felipe Prestes


P.S. Defendo não uma paixão afetada por acordes que nos fazem chorar, por mantras intermináveis ou por pregações cheias de “poder” e secas das Escrituras. Defendo uma paixão, sim, pela obra do Senhor, pela Sua glória e pelos Seus propósitos, tudo isso embasado na revelação completa que temos acerca dEle, isto é, a Sua Palavra.

2 comentários:

Débora Prestes disse...

Nossa Felipe... compactuo intensamente com essa idéia!!!

A introspecçao sempre será a melhor maneira de nos encontrarmos com Deus.
Simplicidade e fidelidade a sua obra... poque somos portadores da sua promessa.
O procuremos pelo o que ele é, e não pelo o que ele pode nos oferecer. O resto nos será acressentado.

"Estar contigo vale mais pra mim,
Que as dádivas de Tuas mãos
Só quero Tuas bençãos
Se eu tiver Tua presença
Dentro de mim..."
(Desejo do Meu Coração-
Toque no Altar)

Carlos A. Bezerra disse...

Esse cara é um "ANAQUIM" mesmo viu. Excelente artigo Felipão. Realmente temos que ser mais "apaixonados" por Deus. Não no sentido louco e insano da palavra como você observou tão bem. Paixão no sentido de ter um coração de fogo, que arde ansiando mais intimidade com Deus.A figura usada no post resume muito bem esta idéia.