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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Serviço cristão. Meio, não fim.



"Em um esforço para fazer o trabalho na obra de Deus, nós constantemente perdemos contato com o Senhor da obra." (A.W. Tozer)



Os servos grandemente esforçados são aqueles que se esgotam na obra do Senhor. Eles não se conformam com a atual situação da Igreja de Cristo. Simplesmente querem mais. Não para eles, mas para o próprio Reino.

Uma ambição desmedida toma conta desses servos do Senhor. Sempre acham que não fizeram como deveriam ter feito. Tentam seguir à risca os projetos que traçaram em sua igreja local. Enfim, pensam na igreja de dia e de noite.

Na igreja, o evangelismo está fraco, o som não está bom, o púlpito está arranhado e o dirigente do culto faltou. O servo grandemente esforçado tentará resolver cada problema desse. Elaborará outro projeto de evangelismo, fará um curso para cuidar do som da igreja, pedirá que sua esposa tire o arranhado do púlpito e pedirá para ser o dirigente de todos os cultos, pois ele mesmo não falta.

O que acontece em meio a tanta atividade é que esse servo pode estar tão envolto em suas atividades que não se deu conta de chegar-se ao Trono de graça do seu Senhor. O Dono da Seara quer trabalhadores que deem atenção mais a Ele do que ao serviço em si. Que esse servo pare um pouco para entender que trabalhar para Cristo sem estar íntimo com Ele é trabalhar em vão.

O serviço cristão é um meio para glorificar a Cristo, e não um fim em si mesmo!

Em Cristo,

Felipe Prestes

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Sim, eu tenho Facebook

Hoje, depois de muita relutância, resolvi, enfim, entrar no Facebook. Pensei, repensei, desisti, voltei atrás e, então, abri uma conta na rede social mais acessada da Internet.

Depois que comecei a usá-lo, percebi que há uma possibilidade bem clara de você passar grande parte do seu dia fazendo nada. Percebi também que o Facebook pode ser uma ferramenta para a propagação do Evangelho. Afinal, se não o fosse, muitos pregadores não estariam ali postando pensamentos sobre a Bíblia a fim de aplica-la à vida cristã.

Enfim, o Facebook, assim como outras redes sociais é uma ferramenta. Se você não souber usá-la, pode facilmente se curtir, ou melhor, se cortar.

Diante disso, que o Senhor nos ajude a usar o Facebook assim:

Que nos mantenhamos mais atualizados com Deus do que com o Facebook.

Que nossas mensagens edifiquem.

Que nosso mural seja uma parede de testemunho cristão.

Que o nosso tempo seja usado para a glória de Deus.

Em Cristo,

Felipe Prestes

quinta-feira, 28 de julho de 2011

John Stott (1921-2011), mais um promovido à glória


Ontem faleceu um dos grandes líderes cristãos dos últimos tempos. Aquele que foi capelão da rainha da Inglaterra, escritor de dezenas de livros sólidos biblicamente, entre outras tantas atribuições que poderíamos dar a este servo de Deus, agora está na glória com Aquele sobre Quem ele pregou, cujo Reino proclamou e para Quem dedicou a Sua vida.

Somente nos céus, onde John Stott está, saberemos quantas vidas foram tocadas e quanto foi feito pela causa de Cristo, por Deus, através de dele.
Que mais homens como ele se levantem para lutarem o bom combate, completarem a carreira e guardarem a fé.

Segue abaixo uma citação de A Cruz de Cristo, obra indispensável na biblioteca de todo crente. Certamente, esse e outros de seus livros influenciaram e continuarão influenciando vidas até a volta do Senhor Jesus.

"O que somos (nosso ego ou identidade pessoal) é, em parte, resultado da criação (a imagem de Deus) e, em parte, resultado da Queda (a imagem estragada). O ego que devemos negar, rejeitar e crucificar é o caído, tudo o que dentro de nós for imcompatível com Jesus Cristo (daí os seus mandamentos: "negue-se a si mesmo" e então "siga-me). O ego que devemos afrimar e valorizar é o criado, tudo o que em nós for compatível com Jesus Cristo (daí a sua afrimativa de que se perdermos a nossa vida mediante a negação própria a encontraremos). A verdadeira autonegação (a negação de nosso ego falso e caído) não é a estrada para a autodestruição, mas o caminho da autodescoberta."

Em Cristo,

Felipe Prestes

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Carta aos senadores

O texto abaixo foi extraído do blog dos eleitos. Diante do debate em torno da PL 122/06, que, pelo que parece, estará sendo votada hoje (caso saibam de outra notícia, me avisem), sugiro a todos que enviem esta carta aos senadores do nosso país. De fato, precisamos orar por nossos governantes. Mas o mesmo Deus que nos ordena orar, é o Deus que nos chama para cumprir nossa responsabilidade como cidadãos, usando meios lícitos para defender os valores dEle, demonstrados na Sua Palavra. Que a bênção de Deus seja com vocês.

Em Cristo,

Felipe Prestes

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Conforme a agência de notícias do Senado, a senadora Marta Suplicy relatora do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/06 que trata da criminalização da discriminação por gênero e orientação sexual, deseja submeter o projeto a votação na Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) nesta quinta-feira (12).

Diante do que aconteceu recentemente no STF e diante do que pode estar em vias de acontecer no legislativo, creio que nos cabe como cristãos fazer duas coisas: orar e trabalhar. No que diz respeito ao trabalho, uma das coisas que podemos fazer neste momento é enviar uma carta aos senhores senadores que fazem parte da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH).

Abaixo oferecemos um modelo que você pode utilizar. Esta carta foi escrita pelo pr. Mauro Meister, que nos permitiu usá-la. Copie e cole o texto abaixo, mas não esqueça de colocar: sua função (se desejar), seu nome e rg.

_______________________________________

Excelentíssimo Senador da Republica,

Sou cidadão brasileiro e tenho os senhores por legítimos representantes do povo deste país no poder legislativo. Exerço a função de (coloque aqui sua função). A Comissão de Direitos Humanos do Senado está prestes a votar sobre o PLC 122, sobre o qual os senhores deverão posteriormente votar em plenário.

Por meio desta mensagem quero deixar a minha opinião. Creio que todo o cidadão deve ser protegido pela força da lei e de nossa Constituição Federal e que nenhum cidadão ou estrangeiro deve ser discriminado. Isto é o que mantém o estado de direito e faz com que tenhamos, de fato, um pais livre, em todas as necessárias liberdades, inclusive a liberdade de expressão. O artigo 5º de nossa constituição já garante isto:

"Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

(...)
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
VII - é assegurada, nos termos da lei, a prestação de assistência religiosa nas entidades civis e militares de internação coletiva;
VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei;"

A questão é que o proposto PLC 122 fere a nossa Constituição e o direito da liberdade de expressão e cria uma classe especial de cidadãos. Em que pese o fato de nosso estado ser laico, a liberdade religiosa no Brasil é protegida e faz parte do nascedouro da nossa nação. O PL 122 é uma ameaça a liberdade religiosa, à liberdade de consciência e à liberdade de expressão.

Assim, solicito, apesar das muitas funções e atividades, que este projeto seja objeto de sua especial atenção e apreciação. O povo brasileiro deve ser devidamente representado e considerado e não simplesmente um lobby de minoria que pretende calar a boca daqueles que não concordam com sua postura, ainda que respeitem seus direitos como cidadãos.


Atenciosamente,
(Coloque aqui seu nome)
RG: (o número de seu rg)
_________________________________________


A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) é composta por 19 senadores titulares e 19 suplentes (para ver a lista clique aqui). Mas no momento existem 15 nomes entre os titulares e 15 entre os suplentes. Por via das dúvidas o ideal é mandar a carta para todos eles. Abaixo você tem o nome de cada um deles com seus respectivos emails. Se puder envie a carta para todos eles.

Titulares
Ana Rita (PT) - ana.rita@senadora.gov.br
Marta Suplicy (PT) - marta.suplicy@senadora.gov.br
Paulo Paim (PT) - paulopaim@senador.gov.br
Wellington Dias (PT) - wellington.dias@senador.gov.br
Magno Malta (PR) - magnomalta@senador.gov.br
Cristovam Buarque (PDT) - cristovam@senador.gov.br
Pedro Simon (PMDB) - simon@senador.gov.br
Garibaldi Alves (PMDB) - garibaldi@senador.gov.br
João Alberto Souza (PMDB) - joao.alberto@senador.gov.br
Sérgio Petecão (PMN) - sergiopetecao@senador.gov.br
Paulo Davim (PV) - paulodavim@senador.gov.br
Ataídes Oliveira (PSDB) - ataides@senador.gov.br
Demóstenes Torres (DEM) - demostenes.torres@senador.gov.br
Mozarildo Cavalcanti (PTB) - mozarildo@senador.gov.br
Marinor Brito (PSOL) - marinorbrito@senadora.gov.br

Suplentes
Angela Portela (PT) - angela.portela@senadora.gov.br
Gleisi Hoffmann (PT) - gleisi@senadora.gov.br
Humberto Costa (PT) - humberto.costa@senador.gov.br
João Pedro (PT) - joaopedro@senador.gov.br
Vicentinho Alves (PR) - vicentinho.alves@senador.gov.br
João Durval (PDT) - joaodurval@senador.gov.br
Lídice da Mata (PSB) - lidice.mata@senadora.gov.br
Geovani Borges (PMDB) - geovaniborges@senador.gov.br
Eunício Oliveira (PMDB) - eunicio.oliveira@senador.gov.br
Ricardo Ferraço (PMDB) - ricardoferraco@senador.gov.br
Wilson Santiago (PMDB) - wilson.santiago@senador.gov.br
Eduardo Amorim (PSC) - eduardo.amorim@senador.gov.br
Cyro Miranda (PSDB) - cyro.miranda@senador.gov.br
José Agripino (DEM) - jose.agripino@senador.gov.br
Randolfe Rodrigues (PSOL) - randolfe.rodrigues@senador.gov.br

Para ter uma lista só com o endereço de email dos senadores da comissão, para copiar e colar, clique aqui:

A idéia é enviar esta mensagem curta e que tem mais chance de ser lida pelos senadores, ainda mais seu suas caixas de email ficarem lotadas com a mesma. Por isso, é importante não somente que você envie a carta, mas também ajude a divulgar esta campanha nas redes sociais e também em blogs que você administre.

Comunicamos que o Projeto Romanos 13 tem um grupo de discussão no facebook no qual desejamos definir as bases do projeto e sua aplicação a fim de articularmos uma ação política mais organizada por parte de cristãos de confissão reformada. Se você deseja participar, clique aqui ou deixe um comentário comunicando seu desejo.

Extraído do blog: http://blogdoseleitos.blogspot.com/2011/05/carta-aos-senadores-da-republica-plc.html#ixzz1M61imao0

terça-feira, 10 de maio de 2011

A Bíblia: para Deus, não para nós

"A Bíblia é o meio pelo qual nós devemos conhecer a Deus em Cristo, não primeiramente o meio pelo qual nós entendemos os detalhes de nossas vidas. Deus é o principal personagem da Bíblia, não eu. E nem você." (Michael Kelley)*

É muito fácil buscar respostas da Bíblia para as nossas vidas. Queremos saber o melhor de Deus para quem? Geralmente é para nós mesmos. Buscamos a vontade de Deus para as nossas vidas. E, para isso, buscamos na Bíblia respostas para as dúvidas sobre os detalhes de nossas decisões.

Contudo, a Bíblia, como o autor acima disse, não foi feita para conhecermos a nós mesmos, mas a Deus. O Senhor espera de nós um relacionamento com Ele e, por isso, não nos manda uma mensagem no celular para nos dizer cada passo que devemos tomar.

Os detalhes da vida nós resolvemos com Deus. Sem uma vida de relacionamento com Deus a Bíblia nunca será clara o bastante. O certo a fazer nunca será fácil de encontrar, caso não nos encontrarmos com o Senhor diariamente.

Sem Cristo, nada poderemos fazer. Erraremos vez após vez e, no final, acharemos uma desculpa de que a Bíblia não é clara sobre isso ou aquilo. Precisamos da Palavra do Senhor, certamente. E precisamos também de comunhão com Deus.

Muita "comunhão" sem a Palavra gera crentes "ultra-espirituais", que encontram mais "revelações" além das Escrituras.
Bíblia sem comunhão com Deus é torná-la mais um livro-texto ou de auto-ajuda como qualquer outro por aí.

O Deus que se comunica pela Palavra é o Deus que se relaciona. Precisamos desse relacionamento para conhecê-Lo melhor e entender o que é o melhor que podemos fazer para a glória dEle, e não para nós mesmos.

Em Cristo,

Felipe Prestes

*Tradução livre
Fonte:http://michaelkelleyministries.com/2011/05/why-wont-god-just-tell-me-what-to-do/

segunda-feira, 28 de março de 2011

Os bons são a maioria


Depois de algumas afirmações como um manifesto ao otimismo, uma certa propaganda conclui com essa constatação: os bons são a maioria.

Mas o fato é que as próprias Escrituras afirmam: Não há justo, nem um sequer. Os homens estão piorando e a iniquidade se multiplicando. Onde estão os bons nesse mundo mau? Onde estão as boas intenções em meio a tanta corrupção? Onde está a boa vontade em meio a tanta iniquidade?

Não, não. Penso que os bons não são a maioria. Penso que os pecadores são a unanimidade. Não consigo esperar melhoras para um sistema afundado na podridão do pecado.

Sim, a tecnologia se desenvolve, mas, enquanto ela corre em quilômetros por hora, o pecado viaja a anos luz. Novas formas de praticar o mal se renovam a cada dia que passa numa variedade muito maior que todos os lançamentos tecnológicos de todas as feiras mundiais de eletrônicos.

Mas, no lugar de verem sua própria pecaminosidade, os homens continuam se considerando bons, como se suas boas obras os tornassem aceitáveis, nobres, virtuosos. Mas esta não é a verdade. São as próprias Escrituras que dizem que até as nossas obras de justiça são trapos de imundícia (Is 64.6).

Depois da queda, só houve um homem realmente bom neste mundo, e este foi o Senhor Jesus Cristo. Ele sim viveu de uma forma completamente justa. Ele foi verdadeiramente bom. Somente pela fé na morte e ressurreição de Cristo, o homem poderá nascer de novo para uma vida de boas obras.

Portanto, os bons não são a maioria. Mas os pecadores que precisam de Cristo, sim, são a unanimidade.

Em Cristo,

Felipe Prestes

sábado, 12 de março de 2011

Presença de Deus

"O tesouro de Deus é como um oceano infinito, no entanto uma pequena onda de sentimento, que passa num instante, nos satisfaz. Cegos que somos, entravamos a Deus e barramos as correntes das suas graças. Mas quando ele encontra uma alma permeada de fé viva, nela derrama suas graças e favores em abundância; para essa alma eles fluem como uma torrente que, depois de ter o seu curso normal barrado, quando encontra uma saída, alastra impetuosa suas águas represadas."
Irmão Lourenço*

Algumas citações dispensam comentários,mas clamam pela nossa reflexão. Essa é uma delas.

*Fonte: BELL, James S.; DAWSON, Antrhony P. Da biblioteca de C. S. Lewis: uma seleção de escritores que influenciaram a sua jornada espiritual [Traduzido por Almiro Pisetta] São Paulo: Mundo Cristão, 2006. pp. 34,35

sábado, 5 de março de 2011

Grego e Hebraico: necessários, ou apenas úteis?



Ontem tive minha primeira aula de Hebraico aqui no SBC. Na verdade, foi o meu primeiro contato real diante do hebraico bíblico. Confesso que esperei até meu último ano por medo. Disseram que era muito difícil, uma matéria bastante exigente. Ontem, vi que não é bem assim, é bem pior!!!

O hebraico não é uma língua muito fácil de se aprender. Na grande maioria dos aspectos, é completamente diferente do português, a começar que se escreve e lê da direita para a esquerda. Além disso, existe aquele preonceito com o Antigo Testamento, tratando-o como secundário em relação ao Novo Testamento. Por isso, o hebraico também fica em segundo plano.

Quando vi a dificuldade da matéria, logo procurei me motivar. Lembrei, então, das palavras de um outro professor: "Lembre da sua missão". Percebi que o hebraico iria ser extremamente útil para a missão que Deus tem me dado, a de pregar a sua Palavra. Lembrei também que "TODA ESCRITURA" é útil, não apenas o Novo Testamento. Assim, por que negligenciar o AT? Diante disso, as madrugadas vindouras tornaram-se fáceis de encarar.

Agora, levanto a questão: Vale realmente à pena tanto esforço? Estudar o hebraico e o grego é realmente necessário? Há quem diga que não. Eles dizem que é apenas uma ferramenta útil, mas que pode ser usada ou não. Afirmam a suficiência do português e até apelam para a história, citando nomes de pregadores bem sucedidos que nunca citaram um palavrinha dos originais. Porém, há o grupo defensor ferrenho das línguas bíblicas originais. Defendem a sua necessidade, além da sua utilidade. Já ouvi até alguns afirmarem que pregar sem usar o texto original é como assistir uma tv em preto e branco. O uso das línguas originais, por conseguinte, traz cor e maior compreensão. Estes citam outros tantos nomes de pregadores bem sucedidos que fizeram grande uso do grego e do hebraico. Enfim, quem está com a razão?

Penso que podemos ser diplomáticos aqui. Ambos estão com a razão, até certo ponto! Primeiro, pode-se pregar sem se valer do estudo das palavras originais? É óbvio que sim! A experiência é o argumento mais forte aqui. Quantos não creram através de mensagens proferidas por pregadores que não sabiam nada de grego. Eu mesmo me recordo de ótimas mensagens ouvidas em minha igreja de origem, proferidas por um pregador que não sabia nem o português direito. Além disso, as traduções, em geral, refletem bem o texto original. Os próprios eruditos no grego ainda fazem seu devocional diário no seu vernáculo. Portanto, é perfeitamente possível pregar, e pregar bem, utilizando-se apenas a tradução.

Mas o time dos "originalistas" não está sem razão. Realmente, o texto grego pode colorir uma mensagem. O conhecimento dos "tipos de ação", marca da gramática grega do verbo, traz luz e beleza para muitas passagens. Por exemplo, a frase de Cristo "Está consumado" pode ter um efeito grandioso na vida de todos. Porém, saber que ela está no perfeito, o que implica em uma ação passada de efeitos continuados até o presente, nos abrilhanta os olhos. Não apenas cor, mas correção também é, por vezes, trazida pelo estudo do texto original. Traduções não são perfeitas. Às vezes, são mais interpretações, senão sempre. O estudo do original, então, nos deixa habilitados a julgar a tradução e nos previne de ensinar o erro. (P.ex, o típico erro de se afirmar que o "IDE" de Mateus 28 não é uma ordem). Assim, a grande vantagem do estudo da línguas bíblicas é a maior precisão no ensino. Se quisermos ensinar "todo o conselho de Deus" da melhor forma possível, não podemos negligenciar o grego e o hebraico.

Agora sim que entra a diplomacia. O debate se decide em uma palavra: oportunidade. Creio que pregadores que jamais tiveram a oportunidade de estudar a língua original não podem, obviamente, serem julgados. Suas pregações são genuínas e podem perfeitamente serem utilizadas por Deus poderosamente. Inadimissível, porém, é ter a oportunidade de aprender o grego e o hebraico e, simplesmente, negligenciar. Estes, os que têm a oportunidade, não podem ser do grupo dos que acham os originais apenais úteis e dispensáveis. Pecarão por negligencia e, chuto, até preguiça. Serão como um missionário que insiste em pregar usando gestos, apenas porque acha o português muito difícil e os gestos suficientes. Portanto, a oportunidade de aprender, penso, é o que fará toda a diferença quando entivermos diante do julgamento de Deus.

Preciso finalizar com uma ilustração. Certo dia tive que monstar o berço do meu filho recém-nascido. Precisava de um martelo, mas não tinha. Tinha, porém, um espremedor de limão de ferro. Serviu? serviu, mas às vezes entortava um prego. É assim também a relação da pregação com o uso dos originais. Se tiver disponível, devemos usar para pregar melhor. Se não tiver, podemos usar a tradução, sabendo que, às vezes, algo vai sair "torto". O importante é ter o berço montado, e a Palavra proclamada.

Deus abençoe a todos vocês.
 

quarta-feira, 2 de março de 2011

Quando a doença passa...

"Tendo Jesus chegado à casa de Pedro, viu a sogra deste acamada e ardendo em febre. Mas Jesus tomou-a pela mão, e a febre a deixou. Ela se levantou e passou a servi-lo." (Mt 8.14,15)

Dizem que só percebemos a importância de nossa saúde quando a perdemos. De fato, quando estamos enfermos, passamos a valorizar mais ações triviais do cotidiano como respirar sem obstrução (para os alérgicos), caminhar sem o corpo doer (para os que estão com a virose), ler (para os que têm graves dores de cabeça). Enfim, a lista poderia se estender.

Mas, apesar desse sentimento de quando estamos doentes, ao termos nossa saúde recobrada, esquecemos novamente o valor dela. Mas não foi isso o que aconteceu no episódio acima. A sogra de Pedro estava acamada, isto é, não devia poder se levantar de tanta febre. Os afazeres domésticos ou até uma simples caminhada estavam vetados a essa senhora.

Mas O Senhor Jesus a tomou pela mão e curou a sua febre. Aquela senhora recebera sua saúde de volta. E então o que ela fez exatamente depois disso? Passou a servir a Jesus. Os textos paralelos a esta passagem mostram que ela serviu também os discípulos.

Essa senhora nos dá um grande exemplo de disponibilidade para o serviço. O fato de ela, imediatamente depois de curada, ter passado a servir a Cristo e aos discípulos mostra o quanto ela queria servir a Cristo.

E quando você fica doente, sabia que até mesmo um paracetamol que você toma e lhe faz melhorar foi obra de Deus. E então, quando Deus tira de você a enfermidade, como você tem reagido diante dEle? Tem agradecido? Tem usado o seu vigor para servi-Lo?

Que o Senhor nos ajude a ser prontos como a sogra de Pedro para, assim que tivermos nossa saúde restituída, possamos usá-la para a glória do nosso Deus.!

Em Cristo,

Felipe Prestes

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Os benefícios da falta de sono

Sempre me gabei do meu talento para o sono. Quando os insones me falavam de suas dificuldades para dormir, eu ironicamente lhes dizia que o meu problema era conseguir acordar. Acho que paguei pelo meu sarcasmo. Digamos que já é a segunda vez que vejo a luz do amanhecer chegar.

Mas descobri algo de bom nas horas que passam da madrugada. Sim, de acordo com o propósito deste blog, tentei olhar a insônia com lentes espirituais. Portanto, alisto aqui os benefícios da falta de sono para a vida espiritual.

1.Silêncio
Neste mundo de poluição sonora, alguns minutos sem nenhum barulho valem ouro. Os carros de som, as TVs, os ônibus e as buzinas são apenas alguns exemplos do que nos tem roubado o precioso silêncio. À noite, tudo isso se esvai (ou pelo menos diminui, se você mora em um bairro muito movimentado). Enfim, o que quero dizer é que se tivermos silêncio o bastante para ouvir nossos pensamentos, poderemos orar com tranquilidade, ponderando em cada palavra ao nosso Deus.

2.Sem interrupções
Mais uma vantagem da madrugada é que não somos interrompidos. Não sei para vocês, mas ser interrompido enquanto faço algo me dá nos nervos. E o interessante é que parece que orar e ler a Bíblia são as atividades que mais atraem interrupções. Durante a madrugada, você não será interrompido, então aproveite para a meditação nas Escrituras, o que é mais que a simples leitura e requer concentração.

3.Solidão
Vivemos sempre acompanhados. Seja o cônjuge, um irmão, a mãe. Parece que sempre estamos com alguém. Mas parece que temos uma necessidade de ficarmos a sós por um instante. Nesses instantes, podemos nos auto avaliar, notar cada uma de nossas imperfeições (afinal, não há os defeitos da pessoa ao lado para olhar). Nessas horas, também parece ser mais fácil ver a santidade de Deus.

Então, é isso. Se você sofre de insônia, pelo menos três motivos você tem para não tornar a sua noite em tormento, mas na bênção de crescimento espiritual e intimidade com o Senhor.

Tendo-se [Jesus] levantado alta madrugada, saiu, foi para um lugar deserto e ali orava. (Mc 1.35)

Em Cristo,

Felipe Prestes

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Síndrome de fariseu


Penso que um dos maiores problemas na vida cristã é a nossa falta de sinceridade. A qualquer custo queremos mostrar que estamos bem. Um sorriso no rosto, um semblante de satisfação e uma postura de vencedor. Sem isso, somos crentes derrotados. Seremos notados e perderemos pontos diante da comunidade.

Parece que somos tomados pela síndrome do fariseu que subiu ao templo para orar. Temos os olhos fitos nos céus. Não somos como os outros. Aliás, somos gratos porque não somos como os outros, pecadores. Dizemos precisar da misericórdia de Deus, mas, na verdade, paira sobre nós um ar de quem se considera santo demais.

Temos lindas frases feitas em nossas orações. Nosso canto é o mais sacro. E a nossa doutrina, a mais sã. Sim, devemos nos orgulhar, em Cristo, pelo que temos de bom.

Mas onde está o quebrantamento? Onde está o confessar de pecados? Quem somos nós, de fato?

Que um espírito de publicano venha sobre a nossa Igreja de hoje. Ao nos depararmos com nossos pecados, que venhamos a bater no nosso peito e dizer: “Ó Deus, sê propício a mim, pecador!” (Lc 18.12)

“porque todo o que se exalta será humilhado; mas o que se humilha será exaltado.” (Lc 18.14)

Em Cristo,

Felipe Prestes