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quarta-feira, 6 de maio de 2009

Vontade de Deus?

Muitos dizem que querem fazer a vontade de Deus. Inclusive, essa expressão “vontade de Deus” é um termo coringa, que utilizamos em qualquer situação. Se for a vontade de Deus, se Deus quiser – é o que dizemos. Até aí, tudo bem. O problema é a inclinação que temos de achar que a vontade de Deus é simetricamente igual ao que achamos que é o melhor para nós.

Repetir essas expressões nos dá um quê de espiritualidade diante dos que nos escutam. Contudo, sabemos que o Senhor não é um Deus de aparências, mas um Deus que sonda os nossos pensamentos mais profundos. Ele, e somente Ele, sabe se nós realmente estamos dispostos a fazer a Sua vontade.

Deus pode querer tirar tudo o que você tem, como fez com Jó. Deus pode querer que você apanhe, como fez com Paulo. Deus pode querer que você morra, como fez com Estevão. Será que, quando falamos que queremos fazer a vontade de Deus, pensamos nesses casos?

Um exemplo que me salta aos olhos por mostrar alguém que, sem dúvidas, queria fazer a vontade do Senhor é o de Paulo. Chegando ao fim de sua terceira viagem missionária, o apóstolo sabia que a vontade Deus era que ele fosse a Jerusalém. Isso significava que certamente ele seria preso, espancado e, muito provavelmente, morto naquela cidade. Não só ele como todos os seus companheiros sabiam disso, tanto que muitos deles insistiam para que ele não fosse à cidade ponto de encontro dos judeus, dos quais muitos eram inimigos mortais de Paulo.

Mesmo sabendo disso tudo, Paulo, em seu discurso a alguns pastores, falou o seguinte em um tom de despedida:

“E, agora, constrangido em meu espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que ali me acontecerá, senão que o Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que me esperam cadeias e tribulações.” (At 20.22,23)

Como Paulo podia ter tanta segurança para se resignar à vontade de Deus dessa forma? É o próprio Paulo quem responde:

“Porém, em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contato que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (At 20.24)

A nossa disposição em realmente fazer a vontade de Deus é diretamente proporcional ao quão preciosa a nossa vida é para nós mesmos.

Em Cristo,

Felipe Prestes

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