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quarta-feira, 24 de junho de 2009

Jeito para a morte?


“Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?” (1 Co 15.55)

Eu tenho um sério problema com máximas populares. Essas máximas expressam uma “sabedoria” popular que, na maioria das vezes, não é nem um pouco sábia. Uma que muito me incomoda é o velho dito: “Tem jeito pra tudo, menos pra morte.”

Sempre que falam essa frase, eu me pego a refletir sobre a veracidade dela. Obviamente, quando se diz algo desse tipo, fala-se da inevitabilidade da morte. Todos os homens são mortais, e ninguém escapa disso. Porém, me pego nas exceções, como o caso de Enoque, que não viu a morte, tendo sido trasladado ao céu, semelhante ao que aconteceu com Elias. No caso deles, teve caso para a morte, sim.

Ainda há outra refutação do dito acima que é o fato de que nem todos morrerão. Quando houver o arrebatamento, os que estiverem aqui na Terra e forem crentes no Senhor Jesus serão levados diretamente a Ele nos céus. Esses também não verão a morte.

Alguém poderia dizer que eu me prendo muito a detalhes, mas creio que, se há uma exceção, é porque a máxima é falsa, o que me faz não concordar com ela. Mas há um sentido ainda muito mais profundo em que, definitivamente, o ditado de não ter jeito para a morte é totalmente falso.

A Bíblia fala que a morte é o salário do pecado. Se todos os homens são pecadores, todos vão morrer, e até aí o ditado está certo. Porém, como disse, há um sentido mais profundo para a morte. Na verdade, as Escrituras falam de duas mortes. A primeira se trata da morte física, da qual quase todos (salvas as exceções citadas acima) não serão livrados. Mas há também uma segunda morte, que é o sofrimento eterno no lago de fogo e enxofre (Ap 21.8), reservado aos que não entregaram suas vidas a Cristo. De fato, para esses, não tem jeito, a morte é certa em todos os sentidos.

Por outro lado, há um livramento da morte, sim. Quando Cristo veio a Terra, sendo Ele perfeitamente santo, não precisava pagar o salário do pecado, mas pagou, morrendo por aqueles que se achegariam até Ele. Para esses, há jeito para a morte, pois eles viverão eternamente.

Portanto, se um dia nos entregamos a Cristo, devemos viver à luz da vida eterna que já herdamos nEle. A morte física, se passarmos por ela, será apenas uma passagem para o encontro com o Pai. Então, por que dar tanto valor à vida presente, como se ela fosse a única que tivéssemos? Por que tanto esforço para uma qualidade de vida aqui, se a vida lá é que importa? Não estou dizendo que todos devem virar monges e não mais buscar o mínimo de conforto por aqui. Mas será que é só esse mínimo que estamos buscando?

A morte já foi vencida, mas será que aconteceu o mesmo com o nosso ego?

Em Cristo,

Felipe Prestes

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