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sexta-feira, 12 de junho de 2009

Infinito prazo

“O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo devaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Não! Já foi nos séculos que foram antes de nós.” (Ec 1.9,10)

Hoje, enquanto almoçava, fui obrigado a escutar a conversa de uma roda de universitários. Entre tantas coisas que eles estavam discutindo, desde os sistemas econômicos até os meandros da crise social, percebi algo que me chamou atenção. Todos eles pareciam trazer uma solução nova para o problema da sociedade. Cada um levantava uma bandeira ideológica de algum desses “ilustres”: Karl Marx, Nietzche, entre outros.

Quando vejo discussões assim, surpreendo-me com a forma com que muitos olham para problemas altamente complexos da sociedade, muitos deles milenares, e se colocam em uma posição como se pudessem resolvê-los com uma filosofia criada por um homem que, na maioria das vezes, não viveu nem metade, senão nada, do que ensinou.

Nessas horas, os versículos de Eclesiastes ecoam na minha mente. Não há nada novo. Talvez os “ilustres” tiveram também suas rodas de amigos com os quais conversavam sobre os problemas que teriam que resolver. E o final da história é óbvio. Eles não viveram para ver o problema sendo resolvido.

Houve uma frase simbólica da conversa que escutei. “Não importa o quanto alguém seja empolgado [com a ideologia], ele tem que aprender a se contentar com resultados a longo prazo.” E eu imaginei: que longo prazo esse! Na verdade, infinito prazo. Pobre deles, se continuarem assim, morrerão acreditando numa mentira.

O fato é que todos os problemas desse mundo vêm de um só motivo: o pecado do homem. A partir do momento em que esse grande mal entrou no mundo, entraram, assim, a mentira, a omissão, a violência, a impureza, a inveja, entre tantos outros pecados. Não se precisa de muito para ver que essas mazelas são fonte dos problemas sociais que temos hoje. Ou seja, não importa quantos sociólogos, fisósofos, linguistas, historiadores apareçam com soluções geniais para os problemas sociais. O mundo não se resolverá, pois ele é habitado por bilhões de homens pecadores que, na verdade, não querem resolver o problema essencial dentro deles: o próprio pecado.

Essa é a ótica que o livro de Eclesiastes nos dá. Se não percebermos que só há esperança em Deus, ficaremos presos, esperando, em vão, que alguém apareça com uma super ideia para resolver o que está errado no mundo. Sem o Senhor, chegaremos à mesma conclusão de Salomão: “Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento.” (Ec 1.14)

Em Cristo,

Felipe Prestes

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