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segunda-feira, 13 de julho de 2009

Psicologizando Deus

"Ó profundidade de riqueza, tanto de sabedoria como de conhecimento de Deus! Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!" (Rm 12.33)

O ser humano sempre foi curioso. Na verdade, o primeiro pecado da humanidade ocorreu pela vontade de saber demais. O primeiro casal queria saber, queria entender, queria sentir o gosto do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Eles não precisavam saber. E não podiam saber. Mas a vontade de saber foi maior, e eles caíram.

Esse foi só o primeiro dos muitos erros da humanidade movidos pela vontade de conhecer mais do que nos cabe. É uma falha na qual insistimos em cair até hoje. E um exemplo claro dele é quando queremos entender a mente de Deus.

Quando uma grande tragédia ocorre, por exemplo, começamos a criar especulações sobre a justiça de Deus. Quando uma benção acontece na vida de alguém, conjeturamos o porquê de o Senhor ter feito aquilo. Quando entramos em momentos de dificuldade, logo nos apressamos em procurar qual foi o pecado que cometemos para que tal tribulação nos ocorresse.

O perigoso disso é que temos uma séria mania de exercer juízo de valor a tudo que analisamos. Temos sempre uma palavra na ponta da língua. Certo ou errado, bonito ou feio, justo ou injusto etc. Naturalmente, ao analisarmos seja lá o que for, usaremos os nossos parâmetros para julgar o que foi analisado.

Porém, nossos parâmetros são humanos, criados por mentes caídas, pecadoras, finitas e imperfeitas. Assim, seja lá o que julgarmos, saindo desses parâmetros humanos, chegaremos a juízos passíveis de erros, assim como nós.

Portanto, quanto às ações de Deus, não nos cabe julgá-las, e sim nos submetermos a elas. Os juízos de Deus são insondáveis e os seus caminhos, inescrutáveis, é o que Paulo nos diz. Portanto, não tentemos “psicoligizar” o Deus onisciente, detentor de toda a sabedoria e de todo o conhecimento.

Em Cristo,

Felipe Prestes

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Felipe, gosto muito de seu blog e de suas meditações. Parabéns.

Gostaria de só de perguntar algo que fiquei em duvida. O primeiro pecado não foi motivado pela vontade do homem de ser Deus?

Abração, estarei sempre por aqui

Felipe Prestes disse...

Caro Anônimo,

Sim, você está correto. Você só foi além do que eu escrevi.

A serpente falou: "Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, COMO DEUS, sereis CONHECEDORES do bem e do mal." (Gn 3.6)

E então a mulher caiu: "Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore DESEJÁVEL PARA DAR ENTENDIMENTO, tomou do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu." (Gn 3.7)

O casal não se contentou com o conhecimento que tinha. Eles queriam saber mais, queriam saber IGUAL a Deus.
A postagem seguiu nesse sentido. Há algumas coisas que só cabem a Deus saber. E, seguindo o seu raciocínio, caro Anônimo, querer saber o que só cabe a Deus é incorrer no mesmo erro do primeiro casal: igualar-se a Deus, no caso, em conhecimento.

Queria encorajar não só ao caro Anônimo, mas a todos os leitores deste blog a comentarem as postagens para que possamos crescer juntos. Afinal, conversar sobre assuntos espirituais é o foco do Lentes.

Grato pelo comentário.

Em Cristo,

Felipe Prestes