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quinta-feira, 2 de julho de 2009

A má notícia de uma morte


Peço paciência aos caros leitores desse blog. Quero continuar olhando com uma lente espiritual o fato da morte do artista pop Michael Jackson.
Há alguns dias participei de uma aula de música em que a professora era uma grande musicista brasileira que trabalha e estuda nos EUA. Nessa aula ela tratava da incrível capacidade dada por Deus a algumas pessoas para compor músicas, mesmo sem conhecerem nada sobre partitura, notas, acordes e etc. E ela citou como exemplo o finado artista Michael Jackson. A frase dela foi como “Deus deu àquele homem uma dom incrível!!!”.
Ela não estava dizendo que apreciava esse cantor, nem tampouco dizendo que a música dele glorificava a Deus, mas simplesmente reconhecendo a grande capacidade de criar que ele tinha.
Ao dizer isso eu confesso que me senti humilhado e envergonhado e explico o porquê. Há algo muito presente nas Escrituras que, desde os patriarcas até os cristãos, era bastante vivenciado pelos crentes, a solidariedade da raça. Isso está sendo cada vez mais perdido pela sociedade pós-moderna individualista, relativista e fragmentadora. Mas nos tempos bíblicos, e também nos seus ensinos, os homens eram vistos interligados uns aos outros. Olhe como Moisés em Êxodo 34:9 vê o pecado do povo como sendo pecado dele também. Daniel quando orou também se sentiu assim, envergonhado pelo pecado do povo. Mas eles mesmos não pecaram, porém a consciência de coletividade era marcante naqueles homens.
Ao me deparar com a morte de Michael Jackson e com o fato dele ter sido tão talentoso, eu sinto em mim uma dor por causa dessa consciência solidária, pois se nós não tivéssemos pecado, se nosso representante no jardim não tivesse comido do fruto proibido, que benção Michael Jackson seria, assim como Chico Buarque, Villa Lobos, Mozart e Bethoven. Já pensou todos esses homens usando seus talentos para a glória de Deus? Já pensou tê-los em nossas igrejas compondo hinos e cânticos para a adoração do Senhor Jesus Cristo?
Tenho sentido muita compaixão a cada notícia dada sobre os resultados da morte de Michael Jackson. Mas maior dor me vem por saber que eu tenho uma parcela, mesmo que distante, de culpa pela vida sofrida e final triste desse grande artista. Como ser humano, me dói saber que grandes dons, capacidades magníficas, foram desperdiçadas e usadas em um reino que não os mereciam.
Talvez eu esteja sendo um tanto quanto impactante com isso, tenho medo de ser mal compreendido. Mas quero deixar ao menos uma palavra de alerta. Tenho visto pessoas encarando esse fato de morte com certo desdém, pedantismo e incompaixão. Essas pessoas estão tomadas de frieza e analisam o ocorrido sem nenhum sentimento de dor e tristeza. Tristeza não porque perdemos nosso “ídolo”, mas tristeza porque a morte é resultada da ira de Deus. É certo ser tão frio ao perceber a ira de Deus em ação? Creio que não.
A ultima coisa que me resta para dizer sobre isso é MARANATA. Quando o Senhor Jesus vier nos levar para morar com ele, ali não haverá nota, acorde, voz, poesia que não seja para exclusiva adoração do Glorioso Deus. Que dias gloriosos serão!!!
"Im omnibus glorifecetur Deus"

Um comentário:

Renato Costa disse...

Caro Neto, seu sentimento de pesar pela morte desse artista está em consonância com a Palavra de Deus. Além disso, dizer o que você disse não quer dizer, de jeito nenhum, que você apóia a obra dele. Vamos lembrar o que o Senhor disse por intermédio de Ezequiel:

"Dize-lhes: Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR Deus, não tenho prazer na morte do perverso, mas em que o perverso se converta do seu caminho e viva." (Ezequiel 33.11a)

Um abraço,
Renato (o outro tenor do octeto da VI Semana)