Pages

terça-feira, 1 de setembro de 2009

O Sorriso da Alma (Atos 16:19-26)

image 

“O louvor é o sorriso da alma”. Ouvi esta frase em uma música. Ela me chamou a atenção por afirmar que o louvor é um sorriso e que vem da alma. Sorrir é uma expressão corporal. A gente sorri com a boca, mostrando os dentes, contraindo o rosto. Então, em que sentido o louvor é um sorriso que vem da alma?

O Apóstolo Paulo e seu companheiro de viagem Silas mostram-nos o que é sorrir na alma. Lucas relata no livro de Atos, capítulo 16, dos versículos 19 a 26, uma ocasião onde tudo parecia mal, não havia nenhum motivo para sorrir. Paulo e Silas encontravam-se em uma situação desesperadora. E quem sorri quando está desesperado?

O relato se passa em Filipos. No começo parecia que tudo caminhava muito bem. Logo quando chegaram, já houve a primeira conversão, a de Lídia. Depois, após serem perseguidos por alguém possesso de demônio, eles o exorcizaram e puderam continuar sua obra. Mas tudo então deu um nó. Os líderes da cidade, tomados por interesses financeiros, os arrastaram e mandaram que fossem açoitados com varas.

Deve doer muito ser açoitado com varas, mas a dor passa depois de, talvez, uma hora. O pior ainda estava por vir. Após açoitá-los, os levaram a uma prisão e os prenderam em um tronco. Este tronco era um instrumento de tortura que prendia as pernas abertas, causando dores intensas geradas por constantes cãibras, e eles passariam uma noite inteira sendo, desta forma, torturados.

Quem iria sorrir naquela hora? Será que alguém se divertiria em uma situação como aquela e daria gargalhadas? Quem, após levar chibatadas e ser torturado, manifestaria alegria? Ninguém, é claro, nem Paulo e Silas. Eles não estavam sorrindo, não estavam alegres, não estavam “para brincadeira”. Estavam desesperados! Sentiam dores intensas, cãibras nas pernas, ardor nas costas.

Entretanto, aqueles homens poderiam estar aprisionados, mas as suas almas estavam livres. As chibatadas doíam no corpo, mas, em suas almas, elas geravam um regozijo intenso de alegria, talvez se lembrando de seu amado mestre que havia sofrido aquela mesma dor. Seus corpos não queriam sorrir, mas as suas almas sorriam alegremente cantando como uma criança que brinca livre em um campo aberto.

Assim, entendemos como o louvor é o sorriso da alma. Ainda que esta vida nos faça sofrer ao passarmos por situações tão tristes, a nossa alma está transbordante de alegria. Embora presos por algemas, nossas almas estão libertas em Cristo.

“Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação” 2 Coríntios 4:17

“Im omnibus glorifecetur Deus”

Um comentário:

Andrew disse...

Me parece que foi John Piper que citou um dos pais da igreja--falando dos mártires que foram queimados pela sua fé--que afirmou que "o amor a Deus queimava mais forte no seu interior do que as chamas no seu exterior"...ou algo parecida.