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quarta-feira, 29 de abril de 2009

O poder das palavras


O poder das palavras sempre me impressionou. Lembro-me de ficar envolto em meus pensamentos sobre o poder de significação que uma só palavra podia ter. A possibilidade de pronunciar uma palavra e saber que o outro iria escutá-la e ter um entendimento semelhante, até onde fosse possível, do que estava na minha mente sempre me inquietou.

Mas a palavra tem mais do que o simples poder de “transformar” pensamentos em palavras (coloco aspas porque essa é uma discussão linguística muito longa e que não cabe aqui por motivos óbvios). As palavras têm o poder de agir sobre o outro. Isto é, quando falamos, estamos agindo, já diria Austin, um grande linguista de meados do século passado.

Mas o que Austin descobriu já estava na Bíblia há muito tempo. “a língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero” (Tg 3.9). Esse é o poder da língua, principal órgão que utilizamos para pronunciar as palavras. Parece que o mundo demorou a entender isso, mas, enfim, expressões como “violência verbal” mostram que a sociedade já está um tanto apercebida do que as palavras podem fazer.

Então, ao sabermos o poder desses elementos que usamos para nos expressar, é de vital importância tomarmos sobre nós a responsabilidade de utilizá-los da forma correta. E eu diria que a forma correta de utilizar as palavras é saber se elas entram nos padrões de Deus. Lembrem-se de que a nossa forma de falar também é de semelhante importância, mas esse pode ser um assunto para um post posterior.

Enfim, sugiro que o versículo seguinte seja o nosso padrão de utilização das palavras para nos expressar e, como disse, agir sobre os outros:

“Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, e sim unicamente a quer for boa para edificação, conforme a necessidade, e, assim, transmita graça aos que ouvem.” (Ef 4.29)

Em Cristo,

Felipe Prestes

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A chuva e o poder de Deus

Em Fortaleza tem chovido muito. Creio que em uma quantidade nunca antes vista, pelo menos por mim. Em meio a esses temporais que têm caído por aqui, algo me veio à mente: a soberania de Deus.

Vivemos em um mundo em que os homens se sentem cada dia mais capazes e auto-suficientes. Isso é dito nos livros, nos programas de TV, nas revistas, nas filosofias, nas psicologias etc. “Você pode!”, “Você está no centro do mundo!,” “Tenha fé em si próprio!”, bla, bla bla...

Porém, mesmo com tanta “capacidade” do homem, quando começa a chover, por exemplo, ele tem que se submeter a essas circunstâncias. Simplesmente, ele não pode mudá-la. Não há um ofício que possa ser escrito que determine a parada da chuva. Não há um cheque que se possa assinar, independente de quantos zeros haja depois do primeiro número, para fazer os trovões pararem. E não há cúpula no mundo que assine um tratado que faça parar os relâmpagos.

Alguns chamam tudo isso de “a força da Natureza” e mistificam a “Natureza” (a primeira letra maiúscula denuncia esse misticismo) como se ela fosse um deus que exercesse sua força aleatoriamente. A Bíblia, no entanto, chama essa força à qual toda a humanidade se submete, mesmo com toda a sua tecnologia e ciência, de poder de Deus. E esse Deus é absoluto, onipotente e soberano sobre tudo, inclusive sobre a Sua criação.

Que a chuva e os outros fenômenos da natureza façam-nos lembrar de quem somos nós: seres criados, finitos e pecadores. E nos façam lembrar de quem é Deus: Auto-existente, infinito e santo. Não somos nem nunca seremos auto-suficientes. Qualquer capacidade que tenhamos vem da mão poderosa do Senhor.

"Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos." (Sl 19.1)

Em Cristo,

Felipe Prestes

sábado, 25 de abril de 2009

O poder do Evangelho

“Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16a)

Uma das palavras mais utilizadas no “meio evangélico” (coloco aspas porque não me conformo com a triste abrangência desse termo, mas isso é assunto para outro post) é “poder”. Dizem que você tem que ter poder nas suas palavras, poder na oração, poder do Espírito, além do tão comum “poder da unção”. Não estou negando esse poder, pois, de fato, nosso Senhor é o Todo Poderoso sobre tudo. Mas o que me impressiona é a má utilização de um termo que designa algo tão sublime como o poder de Deus.

Não é difícil ver ou ouvir pessoas falando que “sentiram” o poder de Deus se movendo. E então eu pergunto: De onde vem esse poder? As respostas poderiam ser muitas, mas creio que todas seriam tão vagas quanto. Expressões como “Eu senti algo”, “Eu tive uma sensação”, “Eu alcancei a unção” seriam utilizadas. E aí eu pergunto: Onde está a Bíblia nisso tudo?

Só quero deixar claro que não sou contra experiências com Deus. O problema é que essas experiências têm tomado uma centralidade tão forte nesse “meio evangélico” que algo tão crucial, a Palavra de Deus, tem sido posta de lado por diversas vezes.

O que quero ressaltar aqui é o poder que a Palavra de Deus tem. É ela que muda vidas, que transforma corações, que salva almas. É a Bíblia que impõe valores, que muda uma sociedade inteira, que derruba os céticos. É especialmente através das Escrituras que Deus se revela aos homens.

Portanto, devemos lutar para que esse tão poderoso instrumento do Senhor retorne ao seu devido lugar em muitas igrejas e, claro, na vida de cada um nós. Afinal, não conheço poder maior que esse descrito no seguinte versículo:

“Porque a palavra de Deus é viva, e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes, e penetra até ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e é apta para discernir os pensamentos e propósitos do coração.” Hb 4.12

Em Cristo,

Felipe Prestes

sexta-feira, 24 de abril de 2009

O amor em prática, uma redundância

“Ninguém busque o seu próprio o seu próprio interesse, e sim o de outrem.” (1 Co 10.24)

O ser humano é egoísta por natureza. Isso é fato. Não adianta reivindicarmos que não somos, pois, se analisarmos profundamente a nós mesmos, veremos que, se não todas, mas a maioria de nossas ações são em proveito de nós mesmos.

No entanto, essa é uma característica, como disse, do homem natural, pecador inveterado, separado de Deus. Depois de uma entrega pessoal a Cristo, passa-se a um novo estado, um novo ser, fruto de um novo nascimento. Com isso, as transformações de Deus passam a ocorrer à medida que nos deixamos ser literalmente enchidos do Espírito Santo, que evidenciará as características do Seu fruto descritas em Gálatas.

Uma dessas características do fruto do Espírito (e não frutos do Espírito como pensam alguns) é o amor. E creio que é uma espécie de conceito prático o que Paulo quer dizer no versículo citado acima. Paulo tinha toda autoridade para falar sobre o amor, não só por ser um apóstolo, mas por fazer brilhar essa tão bela virtude durante toda a sua vida.

Pensar no interesse dos outros é amar ao próximo como a si mesmo. Afinal, não é difícil nos esforçamos para fazer os nossos interesses. O versículo acima fala de atitudes que alguns irmãos teriam que tomar simplesmente por conta de outros. Eram “regras” que não precisariam ser seguidas em si, mas, pelo amor, Paulo exorta, alguns irmãos teriam que abrir mão de certos privilégios para a edificação dos outros.

Amar não é sentir, mas fazer pelo próximo. Isso independe de quem for esse próximo. Que estejamos buscando sempre os interesses de Deus primeiramente e, consequentemente, os interesses do próximo e, só então, os nossos.

Em Cristo,

Felipe Prestes

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Listas


Parece-me que o ser humano tem a necessidade de ser listado. Há listas de tudo. Todo programa de televisão tem um Top 20, Top 10... Há também o famoso Hall da fama. Há a lista dos melhores jogadores do mundo. Além da lista da Forbes, que mostra os homens mais ricos do mundo (inclusive, com a crise financeira, essa lista mudou um bocado).

Enfim, são várias listas, e os homens lutam para estar dentro delas e, se possível, no topo. Mas, no final, essas listas são tão vagas. Elas mudam tão constantemente. Por diversas vezes, o que estava no topo dos melhores vai para a última colocação ou até para a lista dos piores.

Contudo, é importante lembrar que também há uma lista na Bíblia. Curiosamente, não é uma lista que vai do melhor para o pior, mas que apenas indica aqueles que são dignos de fazerem parte dela. Essa lista está em Hebreus no capítulo 11 e destaca os homens de fé que passaram por esse mundo.

Enoque, Noé e Abraão são nomes que figuram nessa tão sublime lista. E o que mais me impressiona é o que há de comum em todos eles, isto é, sua impressionante fé. Eles foram descritos de um modo tão honroso que creio não haver elogio superior a esse:

“Deus não se envergonha deles, de ser chamado o seu Deus” (Hb 11.16)

Em que Hall queremos estar? Com quem queremos nos equiparar?

Em Cristo,

Felipe Prestes

segunda-feira, 20 de abril de 2009

O tempo de Deus

Creio que essa é uma das expressões mais utilizadas no meio cristão. Há até um versículo “coringa” (aqueles que são usados em qualquer situação) para esses momentos. “Há tempo para todo propósito debaixo do sol” – é o versículo tão citado de Eclesiastes.

O problema é que é fácil esquecer isso. Somos presos ao tempo, e isso é inevitável. Pensamos em função de horas, dias, anos, décadas, séculos e milênios. O homem percebeu que precisava fragmentar esse tempo para poder raciocinar sobre ele. Muitos hoje são inclusive escravos dessa fragmentação. O jargão “tempo é dinheiro” parece que permeia nossas mentes de forma tão forte que “esperar”, por exemplo, se tornou sinônimo de desperdício.

No entanto, é importante lembrarmos que o Deus em quem cremos é atemporal. Sendo assim, fora do tempo, Ele não precisa obedecer aos nossos calendários. Ele é o próprio criador do tempo e, portanto, faz dele o que quiser. Deus nunca verá a Si mesmo tendo que resolver coisas de última hora. Todas as Suas ações são perfeitamente orquestradas dentro do tempo cujo criador é Ele mesmo.

Cabe a nós confiarmos no tempo do Senhor, que arquiteta todas as circunstâncias segundo o Seu bem querer para fazer o que Lhe apraz. Se não confiamos nEle, não aguentaremos esperar, pois só conseguimos esperar por aquilo que confiamos. Por outro lado, se a nossa espera for em fidelidade, mesmo sem ver o fim de tudo, certamente o Senhor honrará a paciência dos Seus.

Em Cristo,

Felipe Prestes

sábado, 18 de abril de 2009

Ao orar...

"Nunca peça nada por pedir, do tipo “se colar, colou”. Não se ponha a desejar coisas esquisitas, superficiais, caprichosas. Tenha um motivo claro e um propósito benigno e bem definido, quando for desejar ou pedir alguma coisa a Deus."
Por Mauro Clark © Ministério Falando de Cristo.

Sugiro que leiam o restante dessa mais do que pertinente meditação do Pr. Mauro. Oração é um assunto sério e, por isso, é sempre importante lermos algo a respeito, que seja centrado nas escrituras.

Leia o texto completo clicando aqui.

Em Cristo,

Felipe Prestes

© Ministério Falando de Cristo.

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Ansiedade...

Creio que são poucos os sentimentos que incomodam tanto um ser humano como a ansiedade. Quando aquela falta de ar vem junto com uma vontade de gritar e nossa mente gira e gira novamente. Quando as pessoas falam conosco, mas não as escutamos. Temos ouvidos e mente apenas para a nossa ânsia, o nosso problema, a nossa dificuldade, a nossa complicação, a nossa vida não resolvida. Esses são sintomas claros de ansiedade.

Tantos pronomes na primeira pessoa revelam o que talvez seja a raiz de toda ansiedade: o nosso egoísmo. Ao nos colocarmos no centro de tudo eu diria que é até natural sentir ansiedade. Afinal, quando estamos no centro, queremos reger o mundo, as circunstâncias, as pessoas. E isso todos nós sabemos que é impossível. Então, quando o mundo não segue o ritmo que nós queremos, ficamos ansiosos, preocupados com o passado que não conseguimos mais resolver, com o presente que não estamos conseguindo resolver e com o futuro que também não iremos conseguir resolver.

Tudo isso mudaria se nos lembrássemos de alguns dos versículos mais facilmente aplicáveis das Escrituras. Não se precisa de comentários profundamente teológico-exegéticos para entender o que Paulo quis dizer quando escreveu: “Não andeis ansiosos de coisa alguma” (Fp 4.6). Assim como não é necessário um Ph. D em Teologia para entender o significado das frases de Cristo: “não andeis ansiosos com a vossa vida”; “não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.” (Mt 6.25,34).

A solução é sairmos do centro de tudo e lá colocarmos quem tem poder e capacidade para isso. É o que as palavras de Paulo e de Cristo nos revelam. “Em tudo sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições”; “vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas” [elas se refere a vestuário, alimentação]. (Fp 4.6; Mt 6.32)

Enquanto quisermos controlar o mundo, insistindo em tomar um lugar que não é nosso, esse terrível mal da ansiedade vai continuar reinando em nossas vidas.

Em Cristo,

Felipe Prestes

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O prazer em lugares estranhos

Ontem escutei algo que me chamou muita atenção. Era uma entrevistadora famosa da TV que estava falando sobre prazer. “O prazer está por aí, nos lugares mais estranhos” – foi o que ela disse. Essa frase pareceu pra mim mais um grito de desespero do mundo do que qualquer outra coisa. As pessoas têm buscado, de fato, prazer nos lugares mais estranhos. Ele está por aí – dizem. Mas, na verdade, não o encontram.

O que o mundo conhece são sensações prazerosas, eu diria. E as indústrias estão aí para suprir essas sensações. Mas, naturalmente, deixam naquele que as sente uma necessidade de buscar um pouco mais. Até porque nada nesse mundo proporcionará um prazer contínuo. E, mesmo se o mundo pudesse proporcioná-lo, ele não estaria à venda. Pois não daria lucro, já que o consumidor não o buscaria novamente.

Recentemente vi em uma reportagem que a indústria que menos perdeu (e muitas vezes até lucrou) com a crise mundial foi a indústria do entretenimento. As pessoas deixam de comprar várias coisas com a crise, mas as sensações prazerosas não podem ser deixadas de lado.

Não, o prazer não está por aí vagando. Há um prazer perene que está em Cristo. Submeter-se a Ele, amá-Lo, servi-Lo, adorá-Lo e bendizê-Lo. Isso tudo proporciona um prazer que independe de qualquer circunstância. É um prazer que não gera culpa nem nos deixa com a sensação de termos perdido algo. E, principalmente, é um prazer que completa.

“Alegrai-vos no Senhor; outra vez digo: alegrai-vos.” (Fp 4.4)

Em Cristo,

Felipe Prestes

terça-feira, 14 de abril de 2009

Pérola de Agostinho

"Se você crê somente no que gosta do evangelho e rejeita o que não gosta, não é no evangelho que você crê, mas, sim, em si mesmo"
Agostinho

Oportuna citação para um tempo em que o evangelho tem sido diluído com boas doses de auto-ajuda e, consequentemente, perdido porções de arrependimento, pecado e condenação, por exemplo. Cremos na Bíblia como um todo, estamos abaixo dela e devemos obedecê-la por completo e pregá-la por completo.

Em Cristo,

Felipe Prestes

*Fonte da citação: Frases randômicas de Monergismo.com

sábado, 11 de abril de 2009

Esperando...

Esperar não é bom. Todos hão de concordar comigo. Ninguém gosta de filas, por exemplo, sejam elas de banco, de supermercado, do INSS (tão famosa), do consultório etc. As filas são tão odiadas simplesmente porque nelas temos que esperar.

A paciência é uma virtude que comumente nos falta. Mas parece que Deus trabalha com isso. Deixe-me explicar. Todos lembram dos quarenta anos nos quais o povo de Israel ficou no deserto. Eles estavam esperando para entrar na Terra Prometida. Há também as dezenas de anos que Abraão passou esperando o filho da promessa nascer. É fato que ele tentou “apressar” as coisas com Hagar, mas Deus não aceitou. E, quando se fala de paciência, é impossível não se lembrar de Jó. A espera desse é talvez a mais conhecida, mas também a mais sofrida. Em comparação com as outras, essa foi também a mais bela. Afinal, Jó nem tentou “apressar”, querendo resolver o problema por meios próprios, como Abraão; nem desobedeceu a Deus, como o povo de Israel. Jó esperou da forma certa, isto é, sendo fiel a Deus.

A história de Jó me comove. Não só pelo fato de todo o seu sofrimento, mas pela forma como ele passou pelo sofrimento. Apesar de amigos e uma mulher nada espirituais, ele se manteve irredutível na decisão de honrar a Deus. E, voltando ao assunto da espera, Jó, diferente dos outros, não sabia pelo quê estava esperando.

Às vezes, esperamos coisas de Deus para que, só depois de recebermos, façamos algo por Ele. Colocar condições diante de Deus não é uma atitude sábia. Deus não é um prestador de serviços. A conversão não é um contrato com cláusulas às quais podemos recorrer. Deus já fez o impossível por nós. Se quisermos ver como contrato, tudo bem. Desse modo, seremos para sempre devedores.

Então, enquanto você espera, sirva. Enquanto você espera, adore. Enquanto você espera, não desanime. Enquanto você espera, corra para o alvo. Enquanto você espera, ore. Ninguém está dizendo que é fácil. Porém, é melhor esperar pelo melhor de Deus do que facilmente receber o não vem dEle.

Em Cristo,

Felipe Prestes

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Rascunho


"Uma vida em rascunho, sem tempo de passar a limpo."
Ricardo Ramos

É assim que a nossa vida parece muitas vezes. Um rascunho. Sem nexo, com ligações que, às vezes, nem nós mesmos entendemos. O rascunho de um texto ou de um desenho ainda falta ser completado. Algumas partes precisam ser melhor escritas ou desenhadas. Uma cor aqui, uma palavra ali e o projeto vai se formando.

Somos exatamente assim nas mãos de Deus. Rascunhos da Sua imagem. Quando estamos ainda no rascunho do projeto, parece que ele não quer se completar. Apagamos, refazemos, reeditamos. Por vezes, parece estar próximo do que queremos, por outras, parece bem distante.

Deus quer formar a imagem de Cristo nos Seus filhos. Parecer mais e mais com Cristo deve ser um objetivo constante em nossas mentes. Deve ser o nosso maior ideal, na verdade. Parecer com Cristo é fazer a vontade Deus, é espalhar Sua glória, é proclamar Seu Reino.

A. W. Tozer disse que parecemos com aquilo que amamos. E se amamos a esse mundo, com seus valores, seremos parecidos com ele. Mas se amarmos a Cristo e buscarmos saber mais e mais como Ele é através da Sua Palavra e do nosso relacionamento com Ele; só dessa forma teremos chance de parecermos com o Senhor que dizemos que amamos.

Porquanto aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos.
(Romanos 8.29)

Em Cristo,

Felipe Prestes

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Os estágios da adoração (parte 1)

image06 Música na igreja é sempre um tema polêmico pois todos temos gostos, e gostaríamos de satisfazer esses gostos na adoração. Então pense agora: Como seria uma adoração ideal para você? O que falta para a adoração se tornar perfeita para você? Mais instrumentos? Mais cantores? Mais estilos musicais?

O texto de Apocalipse 4 e 5 nos narra a adoração que acontece no céu. É a adoração diante do Trono, com a presença do Deus Trino e ausência completa do pecado. Lá, a adoração acontece em seu estado mais sublime, mais puro. Lá, encontramos a adoração ideal.

O livro de Apocalipse foi escrito por João, quando estava exilado na ilha de Patmos. O livro tinha como objetivo animar os cristãos que estavam sendo perseguidos, relatando-os sobre a vinda de Cristo.

O livro é baseado nas visões que João teve. No total foram quatro visões. A primeira foi a aparição de Cristo, em que ele dita as cartas às sete igrejas na Ásia. O nosso texto é o início da segunda visão. Nessa visão, o foco é o derramamento da ira de Deus sobre a terra no período da Grande Tribulação.

Porém, no início da visão, vemos que João presenciou a cena mais impressionante que um homem poderia presenciar. Imaginem o privilégio de poder assistir a adoração que acontece diante do Trono celestial. Uma adoração em sua forma mais pura, sem erros de afinação, sem a perda do tempo musical. Imaginem as vozes mais harmônicas do Universo, os instrumentos mais bem tocados, a adoração em sua forma mais bela e emocionante. Nunca nessa vida poderemos ouvir tão sublime louvor como aquele que João ouviu.

Infelizmente, não presenciamos ainda essa cena, mas temos o relato dela nas Escrituras. Esse relato pode nos ajudar na adoração em nossa igreja. Precisamos trazer para a nossa adoração no culto esse ambiente celestial. A adoração ideal é aquela que imita a adoração celestial. É claro que jamais seremos sem falhas como os anjos, mas precisamos imitar ao máximo a adoração celestial, pois é lá que ela acontece com maior perfeição. Quanto mais próximos estivermos da adoração que acontece diante do Trono, mais próximos estaremos de uma adoração que genuinamente agrada a Deus

Mas quais são as características da adoração celestial que precisamos imitar? A adoração celestial passa por três estágios. Se quisermos que nossa adoração imite a adoração celestial, precisamos seguir esses três estágios.

O Primeiro estágio da adoração celestial é:

I. A adoração começa na Contemplação.

A. O que é contemplação.

1. Contemplar é descrito no dicionário como observar, mirar em algo ou meditar em alguma coisa.

2. Essa palavra não ocorre no texto, mas nós vemos claramente que havia uma contemplação voltada completamente para o Trono. Tudo neste evento é iniciado ou direcionado ao Trono. O Trono ocupa o centro da adoração celestial, e todos os seres que estão no céu estão voltados para o Trono.

B. Contemplação do Pai.

João nos dá várias características de Deus que eram alvos da contemplação.

1. Deus é contemplado em sua Soberania (verso 2)

a. A descrição de João de que havia um trono tinha muito significado para os cristãos daquela época. Sabemos que o Império Romano dominava e oprimia os cristãos.

b. Ao dizer que Deus estava no Trono, João mostra que, enquanto o imperador romano dominava sobre uma parte da Terra, o Nosso Deus domina sobre todo o Universo. Ele é soberano, nada foge à sua vontade. Do seu trono ele governa todas as coisas, e ninguém pode resistir ao seu querer.

c. Os imperadores romanos perseguiam os crentes pois estes se recusavam a adorá-lo. Porém João mostra que há alguém no Trono no Universo, no centro de tudo, que ocupa o mais alto grau de importância, que é o único que merece ser adorado e contemplado.

2. Deus é contemplado em se Amor (verso 3)

a. O verso 3 fala do arco-íris. O arco-íris foi o sinal do pacto de Deus com Noé, prometendo que jamais iria destruir o homem pela água.

b. Isso demonstra o amor e a misericórdia de Deus. Ele poderia nos matar a todos e isso não o tornaria injusto. Mas ele amorosamente nos permitiu viver, e até hoje cumpre seu pacto.

3. Deus é contemplado em seu Poder (verso 5)

a. É dito nesse verso que do Trono saem relâmpagos, vozes e trovões. Todas essas coisas nos assustam grandemente. Somos possuídos de temor quando vemos aqueles clarões no céu, e aquele som alto e estridente.

b. Em Ex 19:16 vemos um caso parecido. Quando Deus desceu sobre o monte, muitos relâmpagos e trovões surgiram e o povo começou a se tremer de medo.

c. Isso acontece porque essas manifestações nos lembram que somos frágeis, pequenos, humildes diante de tamanho poder da Natureza.

d. Assim também, esses relâmpagos e vozes e trovões demonstram que Deus está acima de toda criação. Que ele tem todo o Poder, nada o amedronta, ele é o Ser mais poderoso que existe.

e. Deus é o Ser Todo-Poderoso do Universo.

C. Contemplação do Filho

O capítulo 5 mostra agora o Filho, o Cordeiro como o centro da adoração. Algumas características são descritas como motivo de contemplação do Cordeiro.

1. Contemplação do Cristo vencedor (verso 5)

a. Esse capítulo começa falando de um livro, ou um rolo, todo selado. Esse livro refere-se aos acontecimentos descritos nos capítulos seguintes. Então, começou-se a procurar no céu alguém que fosse digno de desenrolar a história futura, alguém que tivesse mérito para abrir o julgamento sobre as nações.

b. Procurou-se no céu: ninguém. Procurou-se na terra: ninguém. Procurou-se até debaixo da terra: ninguém era digno de abrir o livro, nem sequer olhar para ele.

c. O apóstolo assim chora amargamente, pois como a história iria se desenrolar sem ninguém com méritos para isso? Então seu choro foi consolado pela palavra do ancião, avisando que Cristo, o Leão da Tribo de Judá, a Raiz de Davi, o Messias prometido que veio, venceu a morte, o pecado e Satanás e agora é o Rei triunfante, o Rei vencedor. Ele era digno de abrir o livro.

d. Vemos então que os anjos contemplavam o Senhor Jesus como um Rei, uma Majestade, aquele que venceu.

e. Bem diferente do Cristo descrito por Mel Gibson no filme A Paixão de Cristo.

2. Contemplação do Cristo sofredor (verso 6)

a. Quando João se voltou para ver o Leão que venceu, ele viu um Cordeiro que morreu. Isso aconteceu porque a vitória e a morte de Cristo estão intimamente ligadas. Cristo venceu porque morreu, e através de sua morte o pecado foi vencido, a morte foi vencida e a sentença de Satanás foi decretada.

b. Os anjos podiam contemplar aquele Cordeiro, que parecia morto, mas que irradiava vitória e a única esperança para a história da humanidade.

D. Aplicações.

1. Contemplar a Deus é o primeiro estágio da adoração. Sem contemplação, jamais haverá adoração. Sem entendermos que é o nosso Deus, o que Ele fez por nós, seu Poder, sua Majestade, sua Soberania, jamais iremos adorar da maneira correta, pois como adoraremos a quem não conhecemos? Se não sabemos quase nada do Senhor Jesus, qual a motivação de adorá-lo? Como o Senhor Jesus disse em João 4:6, só podemos adorar a quem conhecemos. Por isso é tão necessário que nos aprofundemos no conhecimento da Palavra de Deus. Quanto mais conhecermos a Deus, e nos envolvermos com sua glória, e descobrirmos a beleza da sua Majestade, mais estaremos sedentos de adorá-lo.

2. Um dos grandes motivos da crise que a igreja evangélica enfrenta na adoração se dá porque contemplamos muito a coisa errada ou sequer contemplamos a Deus. A maioria das igrejas tem contemplado o homem, ao invés de Deus. A adoração é preparada para satisfazer os desejos humanos. Mas nós também podemos estar contemplando coisas erradas. O que temos contemplado em nossa semana? Os ensinos da Palavra, ou as fofocas da Quem, da Contigo e da TiTiTi. Ansiamos mais contemplar a Deus ou contemplar um programa imoral, ou um site indecente na internet? Temos dado mais tempo para contemplar a Deus, ou contemplar a ambição de um carro novo, de uma bela casa, de um lugar melhor na sociedade? Quem tem sido o alvo da sua contemplação, Deus, ou o prazer, o sucesso, a imoralidade ou a riqueza?

3. Se quisermos adorar genuinamente a Deus, precisamos começar contemplando-o, admirando-o, nos deleitando na sua glória e Majestade.

Continua…

O tempo urge

"Quem perde o tempo eterna perda chora."
Edilson Brasil Soares

Os que estudaram no mesmo colégio onde eu estudei vão lembrar dessa frase. Ela sempre ficava exposta em cima dos quadros, nas colunas, nos banners ou em qualquer outro local bem visível. Parecia uma tentativa de nos fazer gravar essas palavras.

O interessante é que, na época do colégio, eu não dava tanta importância a ela. Parece que quanto mais jovens somos, mais imortais nos sentimos e, assim, pensamos que a vida é uma jornada tão grande que nem vale a pena imaginar sua imensidão.

Mas aí ficamos mais velhos. As atribuições aumentam. Os amigos se casam. Pessoas se vão. Os anos passam mais depressa. E a brevidade da vida começa a se tornar mais patente. Começamos a olhar para o tempo com outros olhos.

O tempo não volta (exceto no De volta para o futuro). E a vida é curta. O que fazer então?

A Bíblia nos dá uma lição bem clara acerca dessa questão:


Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, e sim como sábios, remindo o tempo, porque os dias são maus. Por esta razão, não vos torneis insensatos, mas procurai compreender qual a vontade do Senhor.
(Efésios 5.15-17)


O contraste é visível: Os sábios querem remir o tempo, os néscios não. Percebam também a ligação que é feita entre a qualidade do tempo remido e a vontade de Deus. O que Paulo quer dizer nessa passagem é que tempo bem aproveitado é tempo investido fazendo a vontade do Senhor.

E, assim, a frase do Sr. Edilson se mostra tão pertinente e, de fato, digna de ser lembrada.

Quando chegarmos diante de Deus, prestaremos conta de todos os nossos segundos. E, então, lamentaremos por aqueles que usamos não fazendo a vontade dEle.

Em Cristo,

Felipe Prestes

sábado, 4 de abril de 2009

Total dependência


Mesmo os santos precisam sentir-se ameaçados por um total colapso das forças humanas, a fim de aprenderem, de suas próprias fraquezas, a depender inteira e unicamente de Cristo.

João Calvino

Somos dependentes de Cristo. Que nada nos faça esquecer disso. Parece que, às vezes, precisamos que Deus nos coloque em situações em que "só Ele" pode resolver. Engano nosso. "Só Ele" pode resolver TODAS as situações. Algumas parecem mais "resolvíveis" do que outras. Mas, na verdade, não são. Dependemos de Cristo sempre.

Seja para um passo, seja para uma maratona.
Uma frase ou um livro.
Uma gripe ou um câncer.
Dez centavos ou nosso salário.
1 + 1 ou uma tese de doutorado em matemática.

Por isso, vos digo: não andeis ansiosos pela vossa vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo, mais do que as vestes? Observai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem ajuntam em celeiros; contudo, vosso Pai celeste as sustenta. Porventura, não valeis vós muito mais do que as aves? Qual de vós, por ansioso que esteja, pode acrescentar um côvado ao curso da sua vida? {ao curso da sua vida; ou à estatura} E por que andais ansiosos quanto ao vestuário? Considerai como crescem os lírios do campo: eles não trabalham, nem fiam. Eu, contudo, vos afirmo que nem Salomão, em toda a sua glória, se vestiu como qualquer deles. Ora, se Deus veste assim a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós outros, homens de pequena fé? Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos? Porque os gentios é que procuram todas estas coisas; pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas; buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas. Portanto, não vos inquieteis com o dia de amanhã, pois o amanhã trará os seus cuidados; basta ao dia o seu próprio mal.
(Mt 6.25-34)


Em Cristo,

Felipe Prestes

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Santidade e serviço

Posto aqui um pedaço de um artigo que vi ontem. A relação entre a nossa santidade e o nosso serviço a Deus sempre foi um assunto que me fez refletir. Inclusive, há uma louvor de que gosto muito que fala:

"Eu, limpo, mais fruto darei."

Acho que o autor do artigo fala sobre esse assunto com muita clareza. Como disse, esse é só um trecho. O artigo completo você pode ler aqui.


A santidade é essencial para um serviço efetivo a Deus

Paulo une a santificação à utilidade: “Assim, pois, se alguém a si mesmo se purificar destes erros, será utensílio para honra, santificado e útil ao seu possuidor, estando preparado para toda boa obra” (2 Tm 2.21). Deus usa a santidade para assistir aos pregadores do evangelho, para aumentar a influência da fé cristã, a qual é desonrada pelo descuido dos crentes e hipócritas que freqüentemente servem como os melhores aliados de Satanás.

Nossas vidas estão sempre fazendo o bem ou o mal; elas são uma carta aberta para que todos leiam (2 Co 3.2). Um viver santo influencia e impressiona mais do que qualquer outra coisa; nenhum argumento pode igualar-se a uma vida santa. Ela mostra a beleza da religião; dá credibilidade ao testemunho e ao evangelismo (Fp 2.15). A “santidade”, escreve Hugh Morgan, “é o modo mais eficiente de influenciar pessoas não convertidas e de criar nelas uma disposição para ouvir a pregação do evangelho” (Mt 5.16; 1 Pe 3.1-2). A santidade manifesta-se em humildade e reverência a Deus. Deus procura e usa pessoas humildes e reverentes (Is 66.2). Como observa Andrew Murray: “O maior teste para sabermos se a santidade que professamos buscar ou possuir é verdade e vida, será observar se ela se manifesta na crescente humildade que produz. Na criatura, a humildade é algo necessário para permitir que a santidade de Deus habite nela e brilhe por meio dela. Em Jesus, o Santo de Deus que nos faz santos, a humildade divina foi o segredo de sua vida, sua morte e sua exaltação. O teste infalível para nossa santidade será a humildade diante de Deus e dos homens, a qual nos marca. A humildade é o esplendor e a beleza da santidade”.
Joel R. Beeke


Em Cristo,

Felipe Prestes

Fonte:
Encorajamento para desenvolver a santidade (Joel R. Beeke)
http://www.editorafiel.com.br/artigos_detalhes.php?id=229
Acessado em: 01/04/2009

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Manifesto contra a mentira

Hoje é o dia da mentira. Todo mundo sabe. Mas se tem um dia que me incomoda é esse. Geralmente, dias assim são feitos em homenagem a alguém ou algo. O que me parece é que esse é um dia de homenagem à mentira. E até parece um culto à mentira mesmo, quando as pessoas mentem umas para as outras hoje e dizem que é dia da mentira. Se é dia da mentira, vamos mentir, é o que dizem.

Mas será que faríamos homenagens a algo que contamina as relações humanas, destruindo famílias, plantando corrupção nos governos, enfim, mostrando até que ponto a pecaminosidade do homem pode chegar? Pois é isso o que a mentira faz, e o pior é que deram um dia pra ela.

Está na moda defender a mentira. Quanto estava no colégio, uma professora leu, toda orgulhosa, a redação de um aluno. No texto, ele defendia a mentira, mas só as “mentiras brancas”. Lembro de eu ter sido contra as ideias do texto e de ter sido censurado por isso.

Além disso, ainda há esse mundo pós-moderno dizendo que não existe verdade, e sim “verdades”. Nietzche, filósofo alemão e um dos pais do pós-modernismo, disse que tudo que havia no mundo eram metáforas. Aquelas que nos confortavam e que eram faladas muitas vezes chamávamos de verdade.

O que eu sei é que ninguém gostaria de um cônjuge, ou de um filho, ou de pais, ou de um amigo, ou de um governante, que falasse “verdades” no lugar da verdade.

Deus já falava do problema da mentira há muito tempo na Sua Palavra:

“Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.” (Ex 5.20)

“Quanto, porém, aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte.” (Ap 21.8)

Quanto ao diabo, Cristo falou:
“Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. Mas, porque eu digo a verdade, não me credes.” (Jo 8.44,45)

Abaixo a mentira, todas elas (brancas, cinzas, azuis, amarelas, verdes etc.) e defendo que, no lugar do dia da mentira, deveria haver o dia da verdade.

Em Cristo e, portanto, em verdade,

Felipe Prestes