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segunda-feira, 30 de março de 2009

O homem e o abismo


“No coração do homem há um buraco do tamanho de Deus.”

Ontem meu pastor se remeteu a essa frase durante sua pregação. Obviamente, a citação não quer dizer que Deus é tão pequeno que caiba dentro de um coração. Mas exatamente o contrário. O buraco que há no coração do homem é tão grande que nada nem ninguém pode preencher, somente Cristo.

Tristes são aqueles que tentam preencher esse abismo com o que há nesse mundo. O que encontram, no lugar de satisfação, é frustração. Ok... Reconheço que há uma certa satisfação momentânea. No entanto, assim como uma criança cansa de um brinquedo novo, esse homem também vai cansar. E vai procurar outro (prazer, bem material, título, reconhecimento, poder etc.) e novamente vai cansar. A frustração começa a tomar conta dele. E o seu próximo brinquedo será um livro de auto-ajuda, um analista, um guru espiritualista ou um amigo de bar lhe dizendo que ele não tem culpa de seus erros, que ele é importante, que há outras chances, que ainda há “novas experiências” para se ter, que ele acredite em si mesmo, entre outras frases clichês de efeito.

O fato é que nada disso vai adiantar. Somente a paz de Deus, “que excede todo entendimento”, pode preencher esse abismo.

Quanto aos que já se entregaram ao Senhor, permitindo que Ele tomasse conta desse enorme vácuo, é bom que tenhamos cuidado. É fácil tentar “complementar” o espaço do Senhor com os prazeres e valores desse mundo. Mas Deus não admite concorrentes.

Com Cristo:
- ou se ajunta ou se espalha (Lc 11.23)
- quem não é com Ele é contra Ele (Lc 11.23)
- “Aquele, pois, que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus.” (Tg 4.4)
- nEle não há treva alguma (1 Jo 1.5)

Que o nosso desejo seja que somente o Senhor preencha esse vazio que existe dentro de nós.

Em Cristo,

Felipe Prestes

sexta-feira, 27 de março de 2009

"Com um beijo trais o Filho do homem?"
(Lucas 22.48)


" Os beijos de quem odeia são enganosos." Quero manter-me
cauteloso quando o mundo simula um rosto amável, pois ele
vai, se possível, trair-me, como fez ao meu Mestre, com um beijo.
Sempre que um homem mostra-se disposto a apunhalar a religião,
ele geralmente professa um grande respeito por ela. Quero evitar a
hipocrisia cheia de lisonjas que carrega por trás a armadura da heresia
e da infidelidade. Conhecendo a falácia e a maldade, quero ser astuto
como uma serpente para detectar e evitar os desígnios do inimigo. O
jovem, falto de entendimento, foi desencaminhado pelo beijo de uma
mulher estranha. Que minha alma seja tão graciosamente instruída por todo este dia para que a fala macia do mundo não possa ter nenhum
efeito sobre mim. Espírito Santo, faze com que eu, pobre e frágil ser
humano, não seja traído com um beijo!
Mas, o que acontece se devo ser culpado do mesmo pecado
maldito de Judas, aquele filho da perdição? Fui batizado em nome do
Senhor Jesus; sou um membro da sua Igreja visível; tomo assento à
mesa da comunhão: todos estes privilégios são os muitos beijos de
meus lábios. Sou eu sincero neles? Se não, sou um traidor vil. Vivo no
mundo tão negligentemente como os outros e, no entanto, faço uma
profissão de fé de ser um seguidor de Jesus? Então exponho a religião
ao ridículo e levo os homens a falarem mal do santo nome pelo qual
sou chamado. Certamente, se procedo assim inconsistentemente como
um Judas, teria sido melhor para mim nunca ter nascido. Ouso esperar
que sou claro nesta questão? Então, ó Senhor,mantém-me assim. Ó
Senhor, faze-me sincero e verdadeiro. Preserva-me de todo caminho
falso. Jamais permitas que eu traia meu Salvador. Amo-te, Jesus, e, embora muitas vezes te ofenda, desejo manter-me fiel até à morte. Ó
Deus, impede que eu, de professo proeminente, venha a cair por fim no
lago de fogo, por ter traído meu Mestre com um beijo."


Charles Haddon Spurgeon


SPURGEON, C. H. Meditações Matinais Tradução: Rubens Castilho. Campinas: United Press, 2001.

quarta-feira, 25 de março de 2009

A cada manhã...

“Sabe por que o mundo não acabou hoje? Porque as misericórdias do Senhor, que não têm fim, se renovaram.”

Escutei essa frase em uma pregação, e até hoje ela reverbera nos meus ouvidos.

Imaginem quantos pecados são cometidos, quantas blasfêmias são proferidas e quantas heresias são criadas e propagadas todos os dias. Tudo isso contra Deus, o Senhor do Universo.

Agora, lembrem-se de que Ele simplesmente abomina cada uma dessas atitudes citadas acima.

Nós, meros pecadores, temos uma paciência muito pequena. Quando alguém faz somente uma vez algo que nos incomoda, já é motivo para ficarmos irritados. Quando isso se repete, no mínimo, virá um grito de raiva da nossa parte (se não vier, certamente queríamos fazê-lo). Somos assim: não conseguimos suportar muitas afrontas.

Ainda bem que o Senhor não é assim. Sua misericórdia, isto é, o fato de ele não nos punir como deveríamos, é imensurável. Afinal, se Ele mesmo quisesse, a qualquer momento, poderia exterminar a raça humana por todas as afrontas cometidas contra Ele. E, ainda assim, Ele seria um Deus justo, cumprindo exatamente a Sua justiça. Pois o pecado tem o seu salário: a morte (Rm 6.23).

Que aprendamos com a longanimidade de Deus. Quando, porventura, recebermos afrontas, lembremo-nos de que maiores e mais recorrentes são os nossos erros diante do Deus Soberano.

Mas lembrem-se também: o Senhor é um Deus justo. Portanto, nenhum pecado ficará impune. Poderemos ser livrados do juízo que merecemos, o inferno, somente por Cristo, que levou os pecados dos que se achegam a Ele, arrependendo-se e pedindo perdão. Aos que não aceitaram Seu sacrifício, o juízo de Deus, pois não creram no maior ato de misericórdia da história.

“As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se a cada manhã.” (Lm 3.22,23a)

Em Cristo,

Felipe Prestes

segunda-feira, 23 de março de 2009

Aos que têm sido atribulados


Lendo o livro de 2 Tessalonicenses, vi algo que me deu grande conforto.
Paulo, depois da saudação, vem dando graças a Deus por conta do que Ele tem feito pelos crentes em Tessalônica. Estes estavam sendo perseguidos e atribulados.

Como assim? Paulo estava agradecendo pelas perseguições e tribulações dos irmãos tessalonicenses?

Sim, mais especificamente pela "constância e fé" daqueles crentes durante aquele período difícil.

O primeiro ponto que me chamou atenção foi esse: mais importante do que as provações em si é a forma como lidamos com elas diante de Deus. Paulo se gloriava pela forma como aquele povo estava lidando com as dificuldades.

Logo depois disso, Paulo entra com suas sentenças marcantes, cheias de teologia.

[vossas perseguições e tribulações que suportais são] "sinal evidente do reto juízo de Deus, para que sejais considerados dignos do reino de Deus, pelo qual, com efeito, estais sofrendo" (2 Tessalonicenses 1.5)

E este é o segundo ponto. Paulo nos diz que as tribulações e perseguições são uma espécie de teste de Deus para que sejamos considerados por Ele como dignos de Seu reino. Lembrem-se de eles estavam sofrendo pelo reino De Deus.

Grande privilégio esse. Não acham?

Em Cristo,

Felipe Prestes

sábado, 21 de março de 2009

Belas palavras. Só isso?


Quando alguém profere um discurso com algumas palavras de sabedoria e de forma eloqüente, é comum escutar essa expressão.
“Belas palavras” é o que dizem. Geralmente, depois da expressão, vem um tapinha nas costas como gesto de congratulação.
Pensei hoje sobre como usamos belas palavras quando nos colocamos diante de Deus em oração. Muitos, quando oram, se preocupam tanto com o português que até se enrolam. Falar “errado” diante de Deus parece até um pecado. Não, Deus não é um corretor gramatical.
O fato é que nos preocupamos muito com nossas palavras diante de Deus. E isso não é errado. Nosso Deus merece, sim, as nossas melhores palavras. Mesmo sendo um Deus infinito em qualidades, os adjetivos que pudermos encontrar são válidos para exaltar ao excelso Senhor do Universo.
Mas e quanto às nossas ações?
A “sabedoria popular”, que às vezes não é tão sábia assim, diz que é fácil falar, o difícil é fazer.
Será que estamos procurando nossas melhores ações para apresentar a Deus? Será que ficamos tensos para saber se devemos escolher uma ação ou outra?
Será que estamos tão preocupados com a regência de Deus às nossas vidas da mesma forma como nos preocupamos com a regência verbal nas nossas orações?
Mais do que de belas palavras precisamos mesmo é de boas ações.
Nossas melhores palavras são importantes, mas isso é fácil de conseguir.
Deus se agrada mesmo é da nossa obediência. É assim que provamos o nosso amor a Ele.
“Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (Jo 14.15)
É o que Cristo diz. Amar a Deus não é somente dizer, mas principalmente fazer.
Que, no lugar de um “belas palavras”, nos preocupemos em receber um “belas ações” do nosso Senhor.

Em Cristo,

Felipe Prestes

quarta-feira, 18 de março de 2009

Ryle e suas lentes espirituais

Depois de terem me chamado de Felipe Ryle (devido às repetidas postagens sobre o mesmo assunto), acho que chegou a hora de encerrar os posts sobre o livro desse grande homem de Deus.

Para concluir esse tema, guardei essa última citação. Nela, Ryle nos mostra que aquele que busca, de fato, a santificação deve ver o mundo com lentes espirituais. Em todas as suas atitudes, estará presente o pensamento nas coisas do alto. Seus planos e seus ideais serão pautados com o objetivo de se aproximar mais de Deus e glorificá-Lo, sempre.

[quem busca verdadeiramente a santidade] "Não será negligente quanto aos negócios desta vida; mas o primeiro lugar, em sua mentre e em seus pensamentos, será dado às realidades da vida futura. (...) Ele dará valor às coisas, lugares e companhias na proporção em que eles o fizerem aproximar-se mais de Deus." Pp. 63 e 64

Que o Senhor nos dê essa mente voltada para o alto.

"Portanto, se fostes ressucitados juntamente com Cristo, buscai as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus. Pensai nas coisas lá do alto, não nas daqui da terra; porque morrestes, e a vossa vida está oculta juntamente com Cristo, em Deus." (Colossenses 3.1-3)

Em Cristo,

Felipe Prestes

terça-feira, 17 de março de 2009

Comunicado

Caros amigos leitores,

Vocês devem ter sentido a falta de uma foto na nossa lista de autores. Então, afim de esclarecê-los, escrevo este post comunicando a saída do nosso grande amigo Carlos Alberto Bezerra da lista de autores do blog. Motivos como muitas atribuições e falta de tempo o fizeram ter que deixar de postar aqui periodicamente. Contudo, eventualmente, seus textos continuarão a aparecer no Lentes Espirituais.

Em Cristo,

Felipe Prestes

segunda-feira, 16 de março de 2009

Quem disse que seria fácil?


A frase acima poderia ser emblemática para a vida cristã. Dizem que aquilo que não envolve o nosso esforço nós não valorizamos. A santidade poderia entrar nesse conceito, pois ela, de fato, não é fácil de alcançar.

No entanto, não ser fácil felizmente não é igual a impossível. Ryle nos dá uns conselhos de como conseguir essa santidade, sem a qual não poderemos ver ao Senhor.

"Se há um ponto em torno do qual os mais dedicados santos de Deus concordam, esse é o seguinte: eles percebem mais, conhecem mais, sentem mais, fazem mais, arrependem-se mais e crêem mais à medida em que prosseguem na vida espiritual, e na proporção da proximidade com Deus em sua caminhada cristã." P. 43

"A santificação também é algo que depende em muito do uso diligente dos meios bíblicos. Quando falo em "meios", tenho em vista a leitura da Bíblia, a oração privada, a frequência regular à adoração pública, o ouvir constante da Palavra de Deus e a participação regular na Ceia do Senhor. (...) Não tenho descoberto registro de qualquer grande santo de Deus que se tenha mostrado negligente para com estes assuntos. (...) Que os homens chamem isso de doutrina legal, se assim quiserem fazê-lo, mas jamais deixarei de declarar a minha crença de que "sem esforço não há avanço espiritual". P. 43

"Tudo quanto fizerdes, fazei-o de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens" Cl 3.23 (...) As pessoas santas deveriam ter como propósito fazer corretamente todas as coisas; deveriam envergonhar-se de fazer algo mal feito quando poderiam fazê-lo melhor." P. 63

Em Cristo,

Felipe Prestes

quinta-feira, 12 de março de 2009

Santidade é vida prática


Quando se fala de santidade, é fácil pensar numa espécie de áurea mística que circunda o homem. A cultura popular nos faz pensar que santos são aqueles que viveram (ou vivem) reclusos em mosteiros, tendo o mínimo de contato com os homens.

O livro de Ryle, mesmo sem querer, desmistifica essa visão de santidade. Veremos que a santidade nada mais é do que aplicar aquilo que conhecemos das Escrituras na nossa vida prática. Isto é, Deus requer santidade de nós no trânsito, na aula, no supermercado, no trabalho, enfim, devemos espelhar o caráter de Cristo em todos os lugares e em todos os momentos.

Saber mais e mais da Bíblia é bom. O próprio Senhor Jesus disse dos saduceus: “Errais não conhecendo as escrituras” (Mt 22.29). O problema é se esses ensinamentos bíblicos não fazem parte da nossa vida com um todo, quando eles são apenas uma bela “filosofia de vida” da qual escolhemos algumas partes que nos são convenientes.

Para evitar isso, sugiro algumas passagens de Santidade, sem a qual ninguém verá ao Senhor para nos elucidar o caráter prático de uma vida santa.

“Com demasiada freqüência temo-nos contentado com o zelo pela ortodoxia, negligenciando as sóbrias realidades da piedade prática na vida diária.” P. 34

“A santificação, pois, é o invariável resultado da união vital com Cristo, que a verdadeira fé confere a um crente: "Quem permanece em mim, e eu nele, esse dá muito fruto" (Jo 15.5). O ramo que não produz fruto não faz parte da videira como uma porção viva. A união com Cristo que não produz qualquer efeito sobre o coração e a vida não passa de uma união meramente formal, indigna diante de Deus. A fé que não envolve uma influência santificadora sobre o caráter da pessoa não é melhor que a fé dos demônios.”* P. 40

“Tal como um pai alegra-se diante dos atos de seu filhinho, que deseja agradá-lo, embora trate-se apenas do ato de apanhar uma margarida ou do esforço de dar os primeiros passos, assim também nosso Pai celeste agrada-se diante das pobres realizações de Seus filhos crentes.” P. 45

Em Cristo,

Felipe Prestes

*grifo meu

terça-feira, 10 de março de 2009

Ryle fala sobre o pecado


No seu livro, Santidade, sem ao qual ninguém verá ao Senhor, Ryle fala sobre o pecado.
É bem pertinente falar sobre o pecado quando se fala de santidade. Afinal, a santidade acaba onde o pecado começa. Sim, a recíproca também é verdadeira.

O que se vê hoje é uma cauterização do pecado. Como falei num post anterior, o que antes era preto, facilmente notado como pecado, começou a se tornar cinza, isto é, não é mais percebido claramente como pecado e pertence à esfera da dúvida. E, não raramente, o que era preto já é branco, ou seja, não é mais considerado pecado. É, ironicamente, visto como algo lícito.

O que esse livro mostra é que um falso entendimento do que é pecado dá também uma falso entendimento do que é santidade.

Então, coloquei aqui algumas passagens sobre o pecado para que venhamos a entender melhor o que é esse maldito ato (ou pensamento) que tira nossa comunhão com Cristo. E, ao percebê-lo (o pecado), possamos fugir dele.

"O menor desvio interno ou externo de um absoluto paralelismo matemático com a vontade e o caráter revelados de Deus constitui um pecado(...) " p. 22

"O pecado aproxima-se de nós à semelhança de Judas, com um ósculo, ou como Joabe, com a mão espalmada e palavras de lisonja. (...) Ficar andando ociosamente no pátio de seu palácio parecia algo inocente para Davi, mas terminou em adultério e homicídio." P. 28

"Estou convencido de que o primeiro passo para quem quer atingir um padrão elevado de santidade é perceber plenamente a tremenda pecaminosidade do pecado." P. 35

Em Cristo,

Felipe Prestes

segunda-feira, 9 de março de 2009

Ronaldo e a crise do antropocentrismo



Imaginem que cena grotesca. Dezenas de homens correndo com microfones nas mãos para registrar as palavras de um outro homem. Até aí tudo bem. O problema é que esse homem cujas palavras são tão “preciosas” não fazia nada mais do que exaltar a si próprio por ter feito um gol de cabeça.

Geralmente o que é buscado é o que é valioso. Em termos materiais, de fato, as palavras de Ronaldo são valiosas. Como eu já imaginava, sua foto está hoje nas primeiras páginas dos jornais.
Mas, em termos eternos, de que servem essas palavras?

Um homem exaltar a si mesmo nunca foi valioso. Aliás, é um atestado de insensatez, soberba, falta de sabedoria etc. Mas, como nosso amigo Neto postou aqui há algumas semanas, isso é o tipo de coisa que está em voga hoje.

Não é novidade o fato de o mundo valorizar o que Deus não valoriza e vice-versa. O problema é quando esquecemos desse fato tão óbvio.

Quem são os nossos exemplos? Quais são os nossos ideais? Em que direção estão os nossos sonhos?

Espero que estejamos cada vez mais distantes dos valores desse mundo e cada vez mais próximos dos valores divinos.

Em Cristo,

Felipe Prestes

P.S. Como bom palmeirense, não escolhi uma foto de Ronaldo com a camisa do seu time atual por motivos éticos =D.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Salva-vidas
 

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          Os salva-vidas são homens capacitados e altamente preparados para resgatar e livrar as pessoas de situações extremamente perigosas e difíceis. Estes homens se arriscam diante dos mais difíceis momentos para fazer com que o ambiente acidentado sofra as menores consequências e os menores prejuízos possíveis. No caso de incêndios, os bombeiros, como também são conhecidos, tentam, com todos os artifícios e esforços, abrandar as labaredas e apagar as chamas que consomem tudo o que encontram pela frente.

          Infelizmente existem homens que se parecem muito mais com piromaníacos do que com bombeiros. Da mesma forma como estes profissionais usam sua mangueira com extrema habilidade para abrandar o fogo, os loucos por fogo usam a língua com bastante eficácia para bombear palavras inflamáveis no coração e na mente das pessoas.

          Às vezes, quando se tem o privilégio de apaziguar e atenuar um conflito, um desentendimento ou uma discórdia entre dois ou mais indivíduos, o procedimento é inverso, ou seja, soprar a brasa que já estava se extinguindo, fazendo assim renascer o grande lume que consome o amor e a amizade entre os envolvidos. Muitas vezes, aparenta que tais homens estão em prontidão, cheios de gravetos nas mãos, só aguardando tocar a sirene da cizânia para rapidamente transformarem uma minúscula faísca em um grande círculo de fogo.

          A Palavra de Deus diz no livro de Tiago que o homem que conseguir controlar a sua língua será varão perfeito e conseguirá dominar todo o corpo. Caros irmãos, analisemos sinceramente se estamos agindo como um guarda-vidas ou como um incendiário. Lembre-se do que Jesus disse no sermão do monte: “Bem-Aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus”. Não desperdice uma oportunidade, dada pelo Senhor Jesus Cristo, de manifestar a glória do Pai diante dos homens. Use sua boca para acalmar e abrandar as situações. Seja um embaixador de Cristo, e não um embalador de contendas.

          Sugiro um último versículo para que reflitamos: Efésios 4.29 – “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que seja boa para a necessária edificação, a fim de que ministre graça aos que a ouve”.

Ryle nos dias atuais?

Não. Já disse que Ryle escreveu isso no final do séc. XIX. Parece que foi hoje, não acham?

"Há um anelo crescente por qualquer ensino sensacional e excitante que desperte as emoções. Há um apetite nada saudável pelo cristianismo espasmódico e histérico." P. 17

Muitos buscam por "experiências" e só isso. Parece que o que querem mesmo é se sentir bem consigo mesmos e pronto. Alimentar sua "espiritualidade".

Que busquemos a verdadeira espiritualidade, racional e centrada nas Escrituras. Que as emoções que vierem não sejam afetadas, mas naturais, provenientes do próprio Deus.

Em Cristo,

Felipe Prestes

quarta-feira, 4 de março de 2009

Mais Ryle


Mais uma pérola desse grande homem de fé.

"[os grandes homens de fé] Quanto maiores luzes espirituais eles desfrutaram, tanto mais perceberam seus incontáveis defeitos e debilidades. Quanto maior graça receberam, tanto mais foram cingidos "de humildade" cf. (1 Pe 5.5)" p. 11

"no trato de uns com os outros, cingi-vos todos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça." (1 Pe 5.5b)

Uma facada nos que amam e idolatram o próprio ego. A soberba é um grande mal. Foi o pecado em que o diabo caiu.
Humildade não é tão fácil assim de conseguir. E não a confundam com senso de inferioridade.
Alguém disse que humildade, quando alguém diz que tem, já perdeu.

Que o Senhor nos livre desse pecado da soberba e nos coloque sempre no nosso lugar de pecadores, que somente pela misericórdia de Deus ainda vivemos nesse mundo.

Em Cristo,

Felipe Prestes

terça-feira, 3 de março de 2009

Pérolas de Ryle


Há alguns meses eu li o livro Santidade, sem a qual ninguém verá ao Senhor de J. C. Ryle.
É um clássico da literatura cristã e deveria ser lido por todos aqueles que levam a sério a vida em Cristo.
Postarei algumas passagens desse livro para que possamos refletir sobre o grau de santidade que o Senhor quer de Seus filhos.

"A verdadeira santidade (...) envolve muito mais do que lágrimas, suspiros e demonstração física, ou um pulso acelerado e um apego apaixonado aos nossos pregadores favoritos e ao nosso próprio grupo religioso, ou uma prontidão para debater com qualquer pessoa que não concorde conosco. Antes, é algo da "imagem de Cristo", que pode ser visto e observado por outras pessoas em nossa vida particular, em nossos hábitos, em nosso caráter e em nossas ações (Rm 8.29)."

Ryle escreveu isso no final do séc. XIX. Grandes homens de Deus parecem ter olhos adiante de sua própria época.

Mais virá por aí...

Em Cristo,

Felipe Prestes